quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Menta & Pêssego + Vou Casar e Panz: quando trabalho e amor se misturam, você precisa fazer um textão


 

A gente se viu pela primeira vez há quase 3 anos. Ela topou participar de uma decor comigo e, se eu realmente for entrar em detalhes sobre como foi esse dia, vocês vão poder entender o tipo de história de amor que é essa: quando entrou naquela casa em Santa Teresa, todas minhas definições de mulher maravilhosa foram atualizadas. Ela usava um macaquinho leve, sandálias de plataforma, óculos escuros e cabelos soltos - milimetricamente bagunçados. Me apaixonei né?

A Karine da Menta&Pessego que eu acompanhava (feat stalkeava) pela internet e com quem eu só havia conversado uma única, num susto, pelo Skype, era muito mais do que aquela foto - icônica - que tem ela segurando o buquê na frente do rosto poderia dizer. Criativa, gentil, com um raciocínio rápido, sem frescuras, detalhista. Bastaram meia hora de trabalho pra eu descobrir que seria bem difícil viver dali pra frente sem ela por perto. Terminamos aqueles dois dias de montagem insana completamente mortas de cansaço, mas numa mesa dum bar aleatório em Vila Isabel. E eu repetia: eu não acredito que você bebe cerveja! Não acredito que você fala palavrão! Porque eu achava que ela só tomava Freixenet, saca? Ela tem cara de quem só toma Freixenet.
Mas ela era uma diva acessível. Isso eu não esperava.

Trabalhamos juntas em um casamento assinado por nós duas alguns meses depois. Foi uma situação muito absurda porque tínhamos herdado a missão de uma outra profissional que, simplesmente, havia desaparecido. O grau de complexidade do evento era muito maior do que tudo o que já tínhamos feito e o tempo disponível era nada menos do que curto, mas a gente se benzeu e entrou no mar pra cumprir a missão. Com um bebê pequeno e exigente me limitando diversas atividades, ela ficou de capitã do lance e eu de soldado fiel.

Enfrentamos juntas os 3 dias de montagem, ela segurava o tchan quando eu precisava parar pra amamentar ou quando rolavam aqueles abacaxis clássicos pré-casamento. Sobrevivemos. Tudo ficou absurdamente lindo. Fomos pro Rock and Roll Bride, tipo.... lacramos.

De lá pra cá, foram algumas peregrinação no Saara, cafés na Gonçalves Dias, croqui em guardanapo do bar, tiveram mil emails trocados, umas 30 planilhas feitas e refeitas, 10 Power Points monstros, 1 bolo red velvet, 1 tiroteio escondidas embaixo de uma mesa da decoração, cerca de 2 mil Terabytes de conversa no Whatsapp e, é claro, a onipresença da Arajany-Nega Fulô que se desdobra em paciência e atenção para executar todas as nossas loucuras.

Todas as troca de ideias, todas as famosas olhadas nos projetos uma da outra, os pitacos mil, o trabalho braçal e visceral que desenvolvemos uma na montagem da decor da outra... São sempre momentos de aprendizado pra mim. Uma renovação do olhar e da admiração que sinto por essa moça única. Acho que a gente tem levado bem as coisas na gentileza e na generosidade, Ka. Nunca vou conseguir agradecer a luz que seu gênio criativo representa na minha vida.

Talvez eu não precisasse escrever esse texto enorme. Talvez eu devesse só ter anunciado nossa parceria e divulgado pra vocês as vantagens financeiras e criativas da parada, mas não, eu precisava explicar direito a coisa. Não estou deixando de fazer decoração, mas quero diminuir o número de projetos de decor para focar em outros planos de dominação mundial que alimentam minha vida - como o canal do YouTube e os casamentos fora do Rio de Janeiro. 

Pra quem curte o trabalho da Vou Casar e Panz, vou recomendar fortemente que feche a trilogia Cerimonial+Assessoria+Decor comigo e com a Menta&Pessego. Vou aconselhar pra que leve pra casa esse encontro de duas mulheres que se curtem e que curtem realizar coisas juntas. Que curtem belezas colaborativas e olhares convergentes. Duas empresas que têm um olhar e um diálogo super convergente e que com certeza vão fazer seu casamento ter um planejamento e um visual não apenas bonito; mas um visual que faz sentido com vocês, com as crenças e trajetórias de vocês, com o orçamento disponível que vocês têm.

Fechando toda essa maravilhosidade, rola um desconto porque QUEM NÃO AMA DESCONTOS? Você fecha a Assessoria e Cerimonial com a Vou Casar e Panz + você fecha a Decoração com a Menta&Pêssego e ganha 10de desconto em cada um dos contratos. Sério. Mais amor que isso só se passar Nutella!


Escreva pra gente, marca uma reunião que lá estaremos! A gente quer fazer paradas foda pro seu casamento. Pergunte-me como:

voucasarepanz@gmail.com  /// contato@mentaepessego.com

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As 4 fotos de cima mostram o casamento da Rayana e do Guilherme: o primeiro projeto que fizemos juntas. Muita colaboração, divisão de tarefas e dúvidas existenciais rolaram pra gente. O resultado foi um post sensacional no Rock and Roll Bride! (floral: Nega Fulô e fotografia: Flavia Valsani 

 
O melhor casamento mexicano-carnavalesco que vocês respeita! Clara Esperança e Paulo Maurício. A decor foi Vou Casar e Panz e a Karine fez a assistência durante os intensos 2 dias de montagem. Foi aí que tudo começou... (imagem: Studio MegaZap)
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Nas duas fotos de cima: casamento da Marília e do Yasser com Decor Menta & Pêssego + Assessoria e Cerimonial Vou Casar e Panz. O casamento foi eleito o 2º melhor de 2016 pela Lápis de Noiva! (Floral e buquê: Nega Fulô e fotografia: LoveShake)

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Duas cenas do casório da Caru e da Mariana: mesa de bolo e doces brasileiríssima e muita lindeza nos agradecimentos das noivas. A decor e cerimonial foram da Menta & Pêssego e eu fui ajudante na montagem e cerimonial. Fotografia: Diego Galípolo. Floral: Nega Fulô
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Desafio dos desafios foi montar essa decor no play de um condomínio na Tijuca em apenas algumas horas. O resultado ficou muito além do que eu podia pensar! A assessoria parcial + cerimonial + decor foi Vou Casar e Panz e a Karine foi minha assistente no job. Floral da Nega Fulô e fotografia da Carol Guasti Photography.

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Nossa, esse casamento foi incrível demais. Astral fantástico da Day e do Dani!! A decoração boho iluminada foi da Menta & Pêssego, que também assinou a assessoria e cerimonial. Eu fui duende ajudante mais uma vez <3
 buquê Nega Fulô e fotografia Carol Azevedo

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

9 Noivas Absurdamente Felizes Fazendo o que Querem

Uma das minhas maiores dádivas?? Ter trabalhado pra tantas mulheres fantásticas que tocaram fogo em todas as coisinhas pré-concebidas que inventaram sobre casamentos e fizeram o que quiseram, quando quiseram, como quiseram. Por quê?? PORQUE SIM! 

A seguir, cenas fortes de empoderamento e de liberdade.


Carol Bit quebra meia dúzia de paradigmas e carrega Chico enquanto a festa mais louca da história começava no Solar das Palmeiras, em Botafogo. A imagem, que se tornou icônica, é do querido fotógrafo Henri Passos. 


Rayana girando, amando e divando com seu vestido de forro azul. Foram meses pensando em qual tom de azul seria, qual era o melhor caimento, será que vai dar tudo certo?... Mas foi acima de qualquer expectativa. Foi tombamento em cima de tombamento. 
O vestido é da Fafi Vasconcelos, a arte da pista de dança é da Menta & Pêssego e a fotografia é da Flavia Valsani.


Clara Esperança transbordando a felicidade com o noivo e o amigo no fim do casamento mexicano-boho-carnavalesco que abalou Santa Teresa. Essa é pra quem custa a acreditar que a Stella Artois é uma festa brilhosa engarrafada. A imagem é dos mineiros lacradores do Estúdio MegaZap


Fernanda Victer é amante dos esportes do mar, é dessas pessoas que acordam 5h da manhã pra treinar enquanto eu e você só conhecemos o nascer do sol através de posts no Instagram. Na foto, você pode apreciá-la lacrando fortemente com sua chegada de canoa.  Mas olha que o tombo seria ainda maior: ela queria ter ido remando ela mesma, já tava com o remo na água quando eu e o noivo FROUXOS fomos contra. Me perdoa, miga?


Pamela Lang é bela, recatada, do lar e toma champanhe francês direto no gargalo (sim, francês gente! me abraça na inveja). Sintam o poder dessa mulher, sintam a felicidade de quem zerou a vida. Cheguei a mencionar que esse casamento foi na Pedra do Sal?? Vraaaaaaaaaa 
Obs: adoro a cara do Rafael nessa foto <3


Natália conheceu à vera o João quando os dois começaram a tocar juntos na mesma banda. Daí que os dois resolveram tocar com a galere. Daí que Natália estava maravilhosa tocando seu sax. Daí que essa foto dela tocando de batonzao escuro e coroa de flores me faz ter a certeza de que esse casamento foi a melhor season finale que já assisti. 
A foto é dos meninos amor-eterno-verdadeiro do Coletivo3 e essa banda, que vocês precisam conhecer, é a Don Pablito.


Marília Ortiz é uma mulher incrível, independente, politizada, global e feminista. Pra arrematar ainda é linda e abriu o leque bem no meio da cara da sociedade lendo seus votos num, ao mesmo tempo, singelo e marcante caderninho que tinha a Frida Kahlo na capa. As imagens são da Love Shake  ♥ ❤ ❥


Responda: Raq Lisboa casou com o Mehdi: A) em Dubai. B) na Tunísia. C) num restaurante em Belém do Pará. D) em um rio em plena Floresta Amazônica. E) TODAS AS OPÇÕES ANTERIORES. Por que? Porque essa mulher é foda, o mundo todo é dela e a gente tá só de convidado. Nesse dia aí teve passeio de chalana, almoço com a galera da floresta, cachorrinhos fofos, plantação de cacau... Me solta que eu quero postar tudo!! 
As imagens são dos amigos-dyvos da Thrall Photography


 
Sabe quem também já foi noiva badass? Isso mesmo, euzinha lyndann! Gente, eu tava muito fofa, sério! Vontade de me transformar em Barbie quando olho essa foto <3 Nessa cena, eu e Rafael simplesmente impedindo um bondinho de Santa Teresa de passar (era o bondinho tradicional, o que não existe mais). Todo mundo olhando a gente EN SHOCK! Enquanto eu gritava MOÇO, É SÓ UMA FOTINHA e o condutor dizia que tinha de pedir permissão pra Prefeitura. Ah! Sai daí! Quem olha nossa cara de serenidade-passando-no-débito nem imagina o barraco que foi.
O registro é de uma das melhores pessoas que já conheci: Fabio Moro Fotografia.

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Não os deixei fazer de mim um macaco mordomo: sobre as vezes em que me senti humilhada fazendo casamentos

 
Com que imagem ilustrar esse texto? Já sei! Aquela Chico Buarque

Existe uma certa ideia de glamour, sonho e beleza que envolvem os casamentos. Não vou mentir: eu curto essa aura, eu gosto de contribuir pra ela mesmo quando defendo com todas as vísceras a ideia de que a celebração do casamento deve versar sobre a verdade e a autenticidade em detrimento das baboseiras e artificialidades que recheiam as revistas especializadas.
Mas tá lá, aquela aura... aquele sonho... Eu curto tascar um batom vermelho, um cordãozão brilhante, aquele perfume francês que tô pagando até hoje. Misturo tudo isso com meus inseparáveis looks em preto. Nos últimos tempos, inclusive, viciei no chapéu coco que comprei duma amiga e, se o terreno permitir, meto um salto alto. Tudo para tentar estar à altura do brilho do sonho daquelas pessoas pra quem estou trabalhando e seus convidados. E também estar à altura do que, apesar dos sentimentos em conflito, sinto em relação aos casamentos.

Mas o que eu gostaria de dizer é o seguinte: meia hora antes de eu aparecer na festa cheia de montações, com o rádio transmissor pendurado no ouvido, eu entro em desespero. Costumo passar dois dias montando o casamento, uma semana correndo pra baixo e pra cima resolvendo questões do cerimonial e da decor, cuidando do meu filho praticamente sozinha porque o pai trabalha em outro Estado, resolvendo questões de saúde, cuidando da casa, atendendo outros casais. Tudo isso emoldurado por pouquíssimas horas de sono.

Me desespero. Me olho no espelho e vejo uma pessoa completamente destruída que não vai conseguir dar conta da tarefa imensa que me foi confiada. Tento respirar. Ligo a pranchinha e começo a lavar os braços, o pescoço. Se tiver muita sorte, tomarei um banho mas, se for um dia como todos os outros, vou me resolvendo com duas toneladas de lencinhos umedecidos, grandes companheiros. Me visto e, no final disso tudo, de algum modo incompreensível, eu me sinto forte ou desajuizada o suficiente para enfrentar uma cerimônia e 5h de festa.

Pode parecer que o texto é sobre isso, sobre essa coisa gladiadora de matar 3 leões e ainda converter os romanos ao catolicismo, mas não é. Eu preciso é escrever sobre o fato de que são raras as pessoas que veem aquela mulher que estava carregando as cadeiras e mesmo aquela moça de preto fantasiada de segurança de shopping drag como uma pessoa.
Quando estou ali na frente da pia lavando os braços ou esfregando as axilas com lencinho Johnson.. naquele momento de glória eu sei muito bem que sou gente e sou gente pra caramba. Além de ser gente, eu sou a capitã daquele navio, dona do circo que se desenrola lá fora à minha ausência. Eu sei o que organizei, o que criei, a trajetória que vivi pra chegar até aquele momento bizarro de banho de gato. Sou aquela pessoa tentando juntar os cacos da dignidade estilhaçada pelo cansaço e pelas expectativas.

Talvez a confiança cega nessa chave ("sou uma pessoa!") me faça cair cada vez mais alto quando, inesperadamente, não sou tratada como tal em um evento.

Olha, eu espero que meus pais nunca leiam o que eu vou dizer porque eles ficariam muito frustrados de saber que, apesar de todos os esforços feitos por nós pra que fosse diferente, eu, como eles, me vejo presa na mesma rodinha de crenças brasileiras de que o trabalhador e o escravo são caras muito parecidos. Eles achavam que se eu estudasse, que seu eu tivesse um diploma pendurado na parede, que seu eu tivesse um título numa faculdade foda, que se eu fosse essa pessoa, não passaria pelas privações que eles sofreram por não terem nada disso. 

Mas bem... o Brasil ainda tem grandes dificuldades de entender que todos merecem respeito, seja o cara do trabalho braçal seja o cara do escritório. Para um número assustador de pessoas para quem já trabalhei, eu não sou realmente uma pessoa. Como acontecia com os escravos que estudei no mestrado, eu sou, para essas pessoas, uma ficção que me faz mobília. Um eletrodoméstico. 

Teve aquele episódio em que o casamento contava com cadeiras reservas. A ideia era que os convidados, na medida que sentissem necessidade de sentar, pegassem suas cadeiras self-service, mas aí apareceu esse senhor distinto e sua companheira e eles me disseram que eu precisava arranjar rápido uma cadeira porque Fulano não podia ficar em pé. Aquilo era um absurdo. Fulano era diretor de um grande hospital, sabia? Como você quer que ele fique pegando cadeiras?? E nesse mesmo casamento tinham umas madrinhas que chegaram horas antes e ficavam batendo palma gritando COMO É QUE É!! TERMINA LOGO DE PENDURAR ISSO! 

Foi inesquecível também aquele dia de chuva em Copacabana quando, com o trânsito todo parado, eu andei quilômetros até a casa da noiva que dizia vai ser um absurdo você desmarcar essa reunião!  E eu fui e chegando lá eu estava morrendo de fome, mas não conseguia dizer isso. Eu estava paralisada pelo medo de ser demitida, ou sei lá, de tomar um esporro pelo atraso e fiquei encharcada idiotamente, com fome. Ela não queria que parássemos pra comer. Eu estava com 4 meses de gravidez.

Ah! Aquela noite memorável quando a decoradora não apareceu e eu tive de montar tudo com uma equipe desconhecida + Arajany + os familiares que apareceram... naquela noite eu achei que terminaríamos comemorando abraçados com aquele aquele casal lindo por termos superado um grave problema, mas não, no final eu era a culpada de tudo porque não devia ter sido indelicada com a decoradora que, 40 minutos antes do inicio da festa, não sabia que cor de toalhas colocar. Pensei em colocar toalhas marrons. MAS AMIGA, O CASAMENTO É EM TONS PASTEIS! ACHO QUE VOCÊ PRECISA DAR UM JEITO E SE RESOLVER. Disse a contratada que, por conta dessa conversa no Whatsapp, ficou com medo de eu dar um escândalo e prejudicar o casamento. Aí ela não apareceu. Aí nós montamos e no final disseram que eu fui grosseira, violenta. Não ocorreu talvez que eu estivesse tentando trazer um casamento à vida em 3h e, nesse cenário extremo, como eu teria cabeça para ser fofa ou sociável? Nesse dia o caldo entornou mesmo e passei uma semana chorando sem entender what the porra eu tinha feito errado e porque me odiavam mais do que a profissional que faltou.

No dia seguinte, naquele mesmo lugar, uma moradora de um prédio próximo resolveu lavar sua varanda bem quando fazíamos a montagem e pôs-se a jogar agua suja em nós. Horas antes, outra moradora, revoltada por termos mudado os móveis da área gourmet do condomínio de lugar, exigiu. Exigiu. Que colocássemos mesas e cadeiras de volta ao seu lugar de origem porque ela queria bater parabéns no mêsversário (?) do filho.  

A quantidade de noivas e noivos que acreditam que fiz menos do que devia ter feito é incontável. As noivas e noivos que, ao longo do processo ou no dia, disseram de uma forma ou de outra que fariam muito melhor, que é só dar um jeitinho, que não é tão grave assim, que estou exagerando, que é um absurdo que eu não tenha feito isso, aquilo, aquilo outro... nossa, essas pessoas! Elas apareceram na minha vida em uma quantidade muito maior do que eu posso suportar. E eu não suportei. E eu sucumbi. Essas pessoas.... se elas sabem perfeitamente como fazer para que seus casamentos sejam foda, por que me contratam?? Por que me fazem embarcar num projeto dizendo que estamos juntos quando, na verdade, tudo o que querem é me teleguiar, questionar cada conselho, cada decisão, passar por cima, desfazer, esconder ideias, esconder budgets ou, simplesmente, não me pagar?

Por que fazem isso?? Por que eu preciso ser um cortador de grama ou um aspirador de pó? O que autoriza certas pessoas a me tratarem como qualquer coisa menos que gente ou, ainda, por que acreditam que não mereço respeito profissional? De onde muitos tiraram a ideia de que o que faço é ridiculamente mole?

A resposta vai dançar óbvia nos lábios dos meus amigos: Prill, você é uma Pollyana. Você precisa parar de achar que as pessoas vão respeitar seus sonhos, esforços e boa vontade em fazer um casamento legal. As pessoas respeitam quem cobra um milhão de dólares pra se divertir. As pessoas respeita quem as trata com indiferença ou assepsia. As pessoas passam por cima de você porque você acha que todo mundo é bonzinho. Você devia ficar só sentadinha mandando sua equipe fazer tudo ao invés de ficar colocando as mãos nas coisas. Devia parar de pedir opinião de noiva e fazer o que você sabe que está certo.  Em resumo, miga: você é uma otária. Tire todo o dinheiro desses idiotas, tire selfies e saia fora. Você devia virar as costas e ir embora quando essas coisas acontecessem! Mas..... como??? Me digam francamente: como posso ir embora?

Diariamente me coloco em situações extremamente delicadas. Meti na cabeça que queria fazer casamentos diferentes, em lugares diferentes, com abordagens diferentes.Casamentos que não buscam a perfeição  de um editorial fotográfico, mas que buscam virar história real por ser uma experiência real. Sonhei em pagar as contas fazendo isso. Trabalho para um público muito mais suscetível a merdas do que o público que curte casar no salão de festas que faz a mesmíssima festa todas as semanas e acho que essas pessoas podem e devem casar conforme as próprias regras, assim como eu fiz.
Sonhei alto demais?

Vejam que coisa bem idiota em se dizer: eu sonho em ter um trabalho sonho. Sonho ser respeitada pelo que faço, seja quando estou de mendiga carregando mesas, seja em cima do salto com o título da UFRJ pendurado no pescoço.

Não sei se algum dia vou conseguir isso. Desconfio que a base de tudo está em me relacionar somente com clientes que possuam as mesmas visões humanistas e estéticas que eu (ao menos parecidas). Com linguagem semelhante. Com diálogos que se encaixam. O foda é que não sei se seria possível ter isso todo o tempo. As contas não se pagam sozinhas! 
Talvez eu possa aceitar que nem todos os clientes vão se tornar meus amigos pessoais como a Arajany, ou a Fatinha, Maíra ou as Carolinas e outras mulheres e homens maravilhosos por quem tenho verdadeira adoração. Posso não ganhar todas. Mas não sei se posso aceitar me perceber dentro do "Histórias Cruzadas". 

Comecei esse texto achando que sabia onde eu queria chegar, mas o texto me levou pra qualquer lado que desconheço. Vou me apegar novamente àquele momento na frente da pia. Ali, tudo são possibilidades, tudo pode dar certo. Naquele momento eu sei quem eu sou. Eu sei o que fiz. Não preciso de confetes, homenagens, glamour nem brilho. Só preciso da minha farda preta. Só preciso fazer um casamento e garantir que cheguemos vivos do outro lado.  Mesmo sem saber como vou sobreviver a isso.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Carol e Gustavo: todo amor nasce de uma metáfora



 Prólogo
A testa brilhando de suor - porque ela dançou e não foi pouco - faziam moldura para sorriso misturado com lágrimas, batom vermelho quase intacto e um exemplar de "Um  ônibus do tamanho do mundo" aberto entre as mãos. Ela apontou para o escrito na primeira página: quando eu conheci Gustavo, ele era um nome num livro, disse. 

Carol marotamente fazia caras, caretas, balancinhos de pés e ombros a la Betty Page. Posava para fotos, muitas fotos, parecendo confortável no papel de noiva como se casasse toda semana.
Eu ali do lado e ela pediu de volta a taça de espumante mas, por mais que eu tenha me preocupado com o fato da bebida já não estar mais tão gelada, ela pediu a taça de volta e virou como se fosse whisky cowboy e fez o copo aterrissar na palma da minha mão. Em um segundo ela não estava mais lá porque saíra correndo, saltitando ou mesmo flutuando levando atrás de si um grupo de pessoas que a queriam. Todos a queriam. Acontece isso: certas pessoas são irresistíveis.

Como tudo começou   
A primeira mensagem que Carol me mandou foi pelo Whatsapp. Era um sábado, passava de 1 da manhã e chovia muito. Ela resumiu a loucura em poucas palavras que eram mais ou menos assim: "Oi Prill, sou amiga da Carol Bit e vou casar em 20 dias". Meio dormindo, meio acordada, meio amamentando, sem fazer ideia do por que o celular estava na minha mão, li o que ela escreveu e desmaiei pra somente no dia seguinte sacar que as mensagens não tinham sido um sonho. Catei novamente o telefone pra reler e foi apenas aí que a sinapse explodiu: WHADARRÉL? CASAR EM 20 DIAS???
Respirei, cantei Harebo, cantei Enya, tentei keep calm e respondi pedindo maiores informações sobre o lance. Em 10 minutos já estávamos trocando áudios bolados e atropelados falando de docinhos, DJ e vestido como se não houvesse amanhã, mas bem... era domingão, tinha que ir pra tradicional reunião de família ao redor do frango assado e parti mas confesso que, apesar de ter desligado o telefone, passei o resto do dia ruminando aquela história toda de casamento na casa de uns tios, noivo que curtia football americano e ela que era da vaibe poás e Mad Men.

A ideia da Carol e do Gustavo era suave. Eles tinham planejado um casamento só no cartório mesmo seguido de um almoço em família com zero pirotecnias e sem coisas estruturadas. Mas o que esse casal tijucano não sabia era que o espírito dos casamentos é um espírito mal do Oeste que se manifesta quando  você diz três vezes na frente do espelho: "vamos só assinar no cartório e fazer um almocinho com a família pra não passar em branco". Nunca faça isso! Nunca! Eles fizeram e deu no que deu.
 
 
Nos primórdios de tudo, era pra ser uma reunião de 20 pessoas mas, com o gentil oferecimento da Tia Neide, que tinha uma casa bacana e era acostumada a dar festas, dava pra esticar um bocadinho mais a lista né? Assim como os gremilins se multiplicam numa chuva de verão, a coisa saltou para 40 pessoas, depois para 80 almas, depois para 120 e aí a gente chegou naquele ponto em que você precisa ou ter muita coragem ou não ter nenhum juízo. Ir em frente ou desistir? Mas desistir não era uma opção porque Carol e Gustavo não são desses e também porque havia muita coisa familiar em jogo. Então o jeito foi aceitar que eles iam cair, mas iam cair atirando. Pra pelo menos dar um respiro, a data do casamento foi passada para alguns dias depois do casamento civil e essa correção de calendário nos deixava o total de magníficos 40 dias para preparar tudo ao invés de 20. HMMMMM!!

A Carol, agora oficialmente bridezilla, correu para ver vestido, sapato, comida e convites. Eu corri pra conhecer a casa da Tia Neide e finalmente ter contato direto com aquela moçoila que eu mal conhecia, mas já considerava pakas.
Nos encontramos à beira da praia numa tarde cinza de maio. Eu super nervosa, na maior expectativa por estar saindo de casa pela primeira vez sem o bebê - tipo, sem ser pra ir na padaria e voltar -e parte de mim queria saltar do ônibus enquanto a outra metade queria correr louca pelas ruas gritando me dá cervejaaaaa. Vale deixar registrado que esse momento humano e intenso acontecia no meu peito enquanto o celular dum cara no ônibus se esgoelava cantando: estou indo embora/ a mala já está lá fora. Essa música. E ela tocou. No repeat. Por 1 hora.

- Vai ser super fácil me encontrar. Tô com uma camisa preta com um coração de lantejoula gigante na barriga. Eu tô tipo... saí dos Ursinhos Carinhosos
Ri loucamente quando, alguns minutos de trânsito parado depois (obrigada Barra da Tijuca), lá estava ela com sua indumentária jogando arco-íris pelos ares e deixando tudo mais maneiro, me esperando na calçada do condomínio da Tia Neide. Dissemos olá!, nos abraçamos e foi fácil superar aquele momento esquisito quando a gente não conhece a outra pessoa porque lá saímos pela rua engatando os mesmos assuntos das mensagens de texto como se nada tivesse acontecido, como se não tivéssemos acabado de nos esbarrar no meio da rua. Sim, acho isso muito louco.

Os donos da casa eram um casal de senhores muito sacudidos e foram super gentis em mostrar todo o espaço em detalhes enquanto enumeravam o que dava e o que não dava certo nas festas que rolavam lá. Pouca gente sabe, mas casamentos em residências tendem a dar mais certo quando o local possui os seguintes lances:
- espaço suficiente pro número de almas convidadas, 
- espaço extra (se você for colocar photobooth, open bar, essas coisas)
- possibilidade de guardar móveis pré-existentes, 
- mais de um banheiro, 
- principalmente, uma cozinha espaçosa. 
 A casa da Tia Neide tinha tudo isso, era um sonho duma noite de verão mira mira, e só precisávamos de alguns ajustes mínimos pra fazer o negócio funcionar. É claro, todo mundo que começa achando que vai ser fácil se ferra né? Não seria diferente com a gente.


Antes do antes acontecer
Carol conheceu o Gustavo porque tinha o nome dele nos livros dela. Fico imaginando ela pequena e agitada, sorrindo com aquela boca de coração, às voltas com objetos que antes tinham sido dele. Livros? Brinquedos? Mais o que? Quando penso nisso me vem um abismo embaixo dos pés porque você percebe como o destino, os sonhos e as lutas das pessoas conduzem todas as histórias. A mãe do Gustavo tinha três meninos e simplesmente não conseguia resistir a filha única da cabeleireira aparecendo sempre com um lápis, uma ajuda com o uniforme da escola, um brinquedo novo, um brinquedo dos filhos. A menina crescia e a mãe da menina, que tinha que levar a vida sozinha no peito e na raça, podia contar com aquela madrinha que sempre estava por perto para todo apoio. 
Foi a madrinha quem colocou pressão e incentivo pra prova do Pedro II e, obviamente, nossa heroína, passou, entrou pro colégio e carimbou seu ticket to ride rumo a uma vida muito do que qualquer um que olhasse rápido pra sua história diria que ela poderia ter. 
A escola passou. O vestibular passou. A UERJ chegou e, com ela, aquela parte zuada em que a gente precisa fazer um estágio. Mas chegar assim no estágio sem ter noção de nada? Carol precisava de uma força. O filho da madrinha podia ajudar? Sim! O Gustavo do nome do livro, ele mesmo. Ficaram super amigos. E foi e era ele. O imponderável decidiu que seria assim.

Ela tinha muitas ideias pra decor e rapidamente montamos uma prancha marota no Pinterest. O problema era que a grana tava curta e precisávamos tomar algumas decisões sérias para fazer o sonho caber tanto no saldo bancário quanto no tempo disponível pra quitar tudo. 
A primeira coisa era o serviço. Ao invés de fecharmos Assessoria, Decor e Cerimonial, a Carol ficou com a parte burocrática do casamento - aproveitando a experiência que tinha em planejamento de eventos no trabalho - e eu fiquei com a parte criativa, dando uns pitacos no fechamento dos serviços na brodagem. A segunda coisa era o aluguel dos móveis, que comeria a maior parte do budget que a gente tinha. 
Pra otimizar a vida e usar aquela pica a nosso favor, apresentei pra Carol a ideia de usarmos móveis azul marinho e compor tudo com objetos de cena vermelhos e listrados p&b, que era uma parada que ela curtia. Assim a gente, ao invés de investir em cadeiras marrons ou brancas que não fariam lá muita diferença visual, poderíamos pontuar o cenário com uma cor vibrante. Ela desconfiou. Eu falei, miga, vem comigo. Ela disse seja o que Deus quiser. E daí batemos o martelo jogando dourado em cima de tudo porque dourado é amor. 

Fomos defender nossa paleta no Saara. Tinha que comprar uns itens maneirinhos de composição e as famigeradas forminhas. Meu deus, a gente andou pra cacete aquele dia! Tudo culpa minha que cismei com uma loja mas a dita cuja tinha mudado de endereço :( Sorte master ter a noiva levando tudo na esportiva enquanto eu pedia um milhão de desculpas. Compramos forminhas, saia para cupcakes, velas, paradinhas douradas, pompons e mais um monte de bugiganga. A gente saiu com as lojas fechando atrás da gente, lembra? Falamos pra caralho caminhamos por aqueles becos. Era aparelho de dentes, peitos vazando, boys, profissão, sobre coisas bestas, sobre coisas sérias. Falamos sobre a morte da sua mãe e da sua avó e você me explicou sua visão de mundo: uma família de verdade se faz com escolhas diárias para estar presente na vida do outro e que isso nenhum laço de sangue vai poder construir. Falamos sobre solidão, sobre drinks e você me fez sentir saudades de bailes funks da Tijuca em que nunca estive mas que, tenho certeza, precisava ter estado. 
Tudo isso acontecia enquanto, lá fora no mundo real, os táxis ignoravam a gente pulando no meio fio com mil sacolas.

 

O despertar da força
O maior problema que tínhamos de enfrentar na montagem da decoração era a impossibilidade de retirar/mover alguns objetos e móveis da casa que ou eram muito pesados ou não tinham como ser guardados. Chegamos no dia 25 de abril com uma previsão de 150 convidados e, com a galera toda confirmando e tals, cada micro pedacinho da casa que a gente perdia era uma lágrima de sangue que vertia pela minha cara. Para contornar o drama, escondemos algumas cadeiras atrás de um biombo e trabalhamos com a ideia de oferecê-las aos convidados caso de fato as 150 almas comparecessem. 
Os noivos estavam circulando pela casa durante a montagem num clima bem me-larga-to-de-bouas e foram levando as coisas pessoais que seriam usadas na decor, lembrancinhas, roupas, docinhos e bolo feitos pela confeitaria da família do noivo (alô Lecadô! alô coxinha!). Depois de tudo desovado, Carol rumou pra o local onde se montaria e Gustavo ficou por lá dando um gás no departamento comes. Foi somente depois de dar uma relaxada nos afazeres que este nobre senhor olhou ao redor e se entregou a nobre tarefa de xoxar nossos DIY - eram várias bandeirinhas e pompons tipo líder de torcida - o que me levou a fazer algumas pequenas modificações no projeto  #denuncia. Sim, Gustavo, eu quis te matar. Mas beleza, sei que você também quis me matar, mas hoje somos BFF me abraça! 
Pra cobrir partes que ficaram meio vazias, o Gustavo acionou os pais pra que eles levassem mais alguns itens - como quadros, fotos e etc - dele e da Carol para usarmos na composição.
Show! Tudo certo! Tudo montado! Corri para me arrumar também e posicionar as coisas para o cerimonial. Não teríamos cortejo mas, como se tratava de um casamento doméstico, as pessoas poderiam ficar um pouco confusas sobre como as coisas ocorreriam. Dei uma acalmada nas crianças e fui receber a noiva que chegou absolutamente divina,  pontual com seu batom russian red, animadíssima. Mostrei umas fotos de como estavam as coisas e entreguei o buquê boho de cáspias super delicado feito pela Arajany. Arranjamos no caule uma fotinha da mãe da Carol e começamos a aguardar os pais do noivo com os itens mas, como já ficou claro, casamento é ímã de eventos absurdos aleatórios e daí que nesse mesmo dia em que Carol e Gustavo uniriam suas vidas em matrimônio, tava rolado APENAS UMA CORRIDA DE RUA da Nike que fechou todos acessos ao condomínio. Só isso.

Mas o que são essas questões quando você tem um Arco íris de energia ao seu lado - e caipirinha, claro? Nada, amigos! Sob as bênçãos do noivo, liberei o buffet para servir a galera porque geral italiano e ninguém podia passar fome não. Abastecidos de álcool e amor, todos puderam esperar confortavelmente a chegada dos pais do noivo. A partir daí, foi como tinha de ser.

Carol entrou pelo salão lotado. Em slow motion você via a cara das pessoas de queixo caído porque ela vinha com seu visual pinup saboreando cada pedacinho do momento sem pressa, com toda a atenção, deixando transparente para quem quisesse ver seu enorme coração vulnerável, intenso, paciente. Era cada passo que a Carolina dava para encontrar um Gustavo que jamais vamos conhecer - porque ele é mistério - mas a verdade é que, para o que ali estava virando dois, as explicações para o resto do mundo eram desnecessárias. Do nosso amor a gente é quem sabe.... exatamente isso.

Nos encontramos novamente no segundo andar da casa e nunca vou poder esquecer essa cena, esse pedaço de vida que aconteceu. Você chorava. Alguns amigos seus estavam lá e você os abraçou um a um. E você lembrou do dia do funeral da sua mãe e de como a casa tinha ficado totalmente vazia e silenciosa, como você tinha ficado só. Não lembro bem como foi que terminamos abraçadas também, só consigo falar agora do que senti naquele momento e a conclusão é que não posso te perder, garota. Não havia nenhum profissional ali cuidando da noiva naquele momento e quero que você saiba disso, saiba que aquele abraço foi uma das coisas mais marcantes que já me aconteceram e o que eu queria era catar pra mim um pouquinho do seu mundo e dar um pouquinho do meu pra você, com útero, trapalhadas, áudios gigantes no whatsapp e episódios do Ru Paul. Leva tudo! Só preciso que você me deixe ficar por aqui te olhando mesmo que de longe, mesmo que tendo notícias pelas timelines do mundo.
Todo mundo chorava demais, desesperadamente e ainda bem que o Gustavo tomou posse do orixá Scarface que lhe caía bem, bateu palmas e gritou VAMOS PARAR DE CHORAR PORRA! Porque estávamos realmente precisando voltar a vida, sair do círculo de coisas que ficam se repetindo na nossa cabeça pra olhar pra frente e andar sem cair. O Gustavo é a pessoa que não deixa a gente se afogar.
Voltamos para a festa.

Muita comida, muita bebida, muita música, muitas fotos.
A decor reuniu circus, nerdices, livros, paradinhas geeks, anos 50, luzinhas, glitter e Star Wars pra todo lado... tudo isso junto por um único motivo: porque a gente pode.
Lá pelas tantas, os vizinhos começaram a reclamar do som mas, queridos, ninguém se fez de rogado e colocamos a festa toda pra dentro. Orquestrados pela noiva - que foi ao microfone dar a notícia - os convidados afastaram as cadeiras e mesas que se tornaram completamente inúteis quando começou a tocar Mc Marcinho.
Teve também aquela parte em que Darth Vader chegou em pessoa e todo mundo enlouqueceu. E como vamos esquecer do botijão de gás hélio compartilhado pelos convidados para deixar mensagens de felicidades aos recém-casados na frente de uma Go-Pro? Pois é.. vocês estavam todos bêbados mas eu vi tu-di-nho!

A desmontagem da festa terminou comigo e Carol mortas sobre o super explorado sofá da Tia Neide. Joaquim mamava, você já estava com o pijama da Princesa Leia e nós duas conversávamos...  sobre o que?
Tínhamos uma vida em frente pra gente viver e não fazíamos ideia de como ela ia ser, mas ninguém queria pensar a respeito porque havia muito êxtase e muito cansaço envolvido.
Foi uma loucura, concorda? Mas fizemos e foi lindo. Foi, principalmente, subversivo porque teve tanta parada pra derrubar nossos planos, tantas palavras duras e tão pouco tempo pra pagar a conta... Mas sinto que rolou um acordo implícito entre nós, de que faríamos o que tivesse de ser feito e aguardaríamos a desforra, a zueira sem limites, a Força, o Lets Dance do Bowie.
Escrever sobre tudo o que passamos naqueles infinitos 40 dias era necessário. Precisava ficar registrado em algum lugar tudo o que passamos e tudo o que somos. Existe essa coisa esplêndida que é a forma como lidamos com os absurdos de vida e de morte presentes em todos os dias. Apostar no amor e na amizade podem ser coisas que as pessoas falam como um clichê ridículo, mas uma coisa a gente sabe: existe peso sim, mas existe muita glória e vida quando a gente é quem a gente quer ser junto de quem a gente quer estar. Sem reservas, somente escolhas: assim criamos histórias e laços, assim criamos nosso mundo.  


=====================    O S   E N V O L V I D O S   =============================
Cerimônia e festa: casa de familiares dos noivos || Buffet: Maria Luiza Buffet || Bolo e doces: Lecadô || Cupckes: Morena Flor Doceria|| Open bar: Fernando Barman || Vestido da noiva e véu: Ateliê Maria Figueira || Buquê: Nega Fulô || Convites: DIY || Flores da cerimônia e da festa: Nega Fulô || Mobiliário: Mineirart - Locação de Móveis || Itens de suporte e cenografia: Decoranda + Empório Alecrim - Decor, Design Floral & Gastronomia + Empório Felicitá || Lembrancinhas: Fotocabine + Moleskine do Yoda da Dona Amélie + Polaroides || Convidado especial: Darth Vader

Cerimonial e Decoração: Vou Casar e Panz || Artesanatos: Bianca Bringel (minha ex noiva prendadíssima!) || Fotografia: Larissa Margulies . Fotografia || Filmografia: Wonderland


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