segunda-feira, 28 de abril de 2014

Carol & Chico: às vezes é carnaval e o amor acontece


Teve aquela noite no Méier que não dá pra esquecer. A gente saiu da costureira sentindo que o vestido era mais do que um vestido, ele tinha virado uma humilde peça de arte fruto do nosso próprio sangue, suor, lágrimas e viagens estéticas cósmicas. Uma comemoração era exigida e todas as nossas comemorações envolviam cervejas. Só umas três, só pra ficar marcada a alegria e pra gente conversar uns últimos assuntos antes do casamento. Meu último ônibus pra casa passaria dentro de poucas horas então beleza, tomaríamos umas três cervejas. Um gole pro santo.

Como um solteiro psicótico com o controle remoto na mão, zapeávamos rapidamente de assuntos do casamento pra questões ginecológicas passando por Lacan:

- Pô, adoro Fulano... mas queria chamar só ele, não queria a galera família/agregados. Não dá pra ir a família toda! Eles são maneiros, mas não tenho mais dinheiro, na boa
- ... porque se a tranca do banheiro não funciona, eu não posso ficar com raiva se alguém entra e me flagra cagando. A gente tem que aprender a passar tranca nas intimidades pra depois não ficar reclamando de invasões.

Falamos da vida, choramos pitangas amorosas, financeiras, sociais. Você se lembrou da cirurgia no nariz e eu do meu relacionamento complicado com minha mãe. O garçom trouxe a quarta garrafa. Só pra ficar número par. O clima era de despedida, mas foi aí que a Juliana ligou e disse que tava por perto, resolveu aparecer. Ela pediu uma caipirinha jumbo e fomos obrigadas pelas boas normas da educação britânica a reabrir a conta do bar. Demos mais um gole pro santo.

Eram 3:30 da manhã quando finalmente chegamos ao apartamento da Carol em Copacabana. Eu tinha perdido o último ônibus e, tentando chegar no Centro da cidade, pegamos uma condução errada indo simplesmente parar em Madureira sem um real no bolso. Será que rola táxi no débito?
 - Eu não vou dar esporro, mas tenho que dizer uma coisa: vocês duas são muito mais espertas do que isso. 

O que o Chico disse bateu lá no fundo e acho que você sentiu o mesmo. A gente tinha se metido numa furada escrota típica de bêbadas amadoras. Lembro de não conseguir dormir pensando que era uma confusão aquilo tudo, não, não só o ônibus pra Madureira, mas o fato de que você era minha cliente e eu tava ali no seu sofá usando seu pijama. Aquilo tinha sido um acidente! Quero dizer, eu trabalhar pra você e, ao mesmo tempo, te considerar uma broder da mais alta categoria. Não era culpa de ninguém, cara. Aquela amizade foi um negócio que simplesmente aconteceu, tão natural quanto o engradado inteiro de Brahma que tínhamos acabado de consumir.
Foi com algum esforço que finalmente peguei no sono. 
Vocês foram trabalhar e me deixaram no apartamento (Fica à vontade hein!) fazendo hora pra ir pro analista. As horas foram passando e era engraçado como eu precisava daquele momento e nem fazia ideia exatamente do porquê. Vou ser sempre grata a você e ao Chico por aquela manhã e por aquela tarde de silêncio sentindo uma estranheza inexplicável no corpo, uma mistura de ansiedade com ressaca. Não, eu não fazia ideia de que naquele instante, enquanto eu olhava a floresta e os macaquinhos de Copa, tinha um bebê crescendo dentro de mim... E vou te contar o mais louco: acho que no fundo eu já sabia. Eu soube em algum momento no seu apartamento. Nunca comentei isso contigo porque meio viagem né? Mas, de alguma forma, eu fiquei sabendo que o Joaquim tinha saído com a gente e bebido escondido.

Carol e Chico se conheceram em 2005 no Escravos da Mauá - sabe o bloco de carnaval? Ele chegou cheio de graças e ela tem o riso frouxo, se deixou levar pela conversa do cara, barbudinho, respostas rápidas. 
Chico pediu o telefone dela, tava interessado, mas Chico nunca telefonou. Carol esperou um cado, Carol desencanou. 
Os dois acabaram se esbarrando em outros eventos fluminenses da mais alta importância: jogos do Botafogo, noites no Arco Iris da Rua do Lavradio.. e aquele mesmo padrão: o cara chegava com uma conversa provocativa, risos, delicinhas, pô me dá seu telefone, a menina dava o número. Chico nunca telefonava. Carol desencanava.
Olha, eu também custo a acreditar que chegou o verão de 2009 (!) e o cara ainda não tinha conseguido dar finalização ao processo, mas a Carol tava lá, noutro carnaval, semi-sozinha/semi-acompanhada de um ex e chegou lá o Chico pedindo o telefone dela novamente, chamando pra irem ao cinema qualquer dia e ela tava afim pra cacete mas, na boa, não ia dar o número novamente não:
- Corre atrás do telefone que eu vou.

Para felicidade geral da nação Botafoguense, Francisco Vereza catou o telefone da moça, ligou e finalmente eles puderam consumar uns amassos. Aeeee!
Mas tá que essas coisas nunca são fáceis. A gente encontra aquela pessoa que te faz feliz com a calma e simplicidade que a felicidade precisa ter, mas aí tem ex, tem confusão, tem vai e volta. O amor é assim, o amor não é fácil. Se amor fosse fácil se chamava miojo.
Nossos heróis ainda precisaram de mais um ano pra ajustarem as coisas todas e aí sim o namoro engatou direitinho igual música do Tom Zé com direito a pedido de casamento e tudo.


Foi exatamente aí que surgi na história desses lindos. Ela me mandou um email em novembro de 2012 e o título era assim: opa! Só isso "opa!", com letras minúsculas denotando uma intimidade danada. Achei muito auspicioso o título, escrevi. Ela respondeu dizendo que achou auspicioso eu ter achado auspicioso. Nos encontramos alguns dias depois. 
Adoraria falar uma parada mega profissa, que tínhamos nos encontramos no Starbucks, mas a realidade é que a gente se reuniu num bar mesmo. Meu escritório é na praia. Ela chegou esbaforida, tava vindo de uma caminhada apressada lá da Unirio, já sentou e foi acendendo um cigarro pra se localizar no mundo.Pedimos uma cerveja. Ela começou a reclamar do suor caindo na testa e fez um muro de contenção com guardanapos.
- Cara, eu cheguei há meia hora e só agora to suando? - e passava o guardanapo na testa, nos peitos -  Eu to suando em delay! - pronto, me apaixonei.
Garrafa vai, garrafa vem e ela me falou dela, do trabalho com figurino, da experiência na dança popular, das fantásticas criações que a gente pode fazer usando chita e sobre os planos pro casamento.

O casamento...! Já tinha lugar: Solar das Palmeiras, Botafuego. A ideia era fazer um negócio gostoso, colorido, sem afetações, sem frescura, mas ao mesmo tempo charmoso. Também não podia sair muito caro. Ela e o Chico tinham pensado num DJ da Matriz pra tocar, amigo de amigos. Pra fotografia eles também tinham acertado um contato broder, o viado do escritório faria a make e um dos mil amigos ~disainer~ ia agitar os convites. O clima era bem esse. Ah! Tinha que ter um lance retrô também! Ela perguntou se era viável. Perguntei se dava pra ser mês que vem.
A gente precisava achar um visual que desse conta de comunicar a ideia toda de chique-à-vontade. Tinha que ter  um serviço de comida que favorecesse a galera a circular pelo casamento, tinha que ter um convite criativo que já de cara dissesse às pessoas qual era o clima,  tinha que ter zuera e tinha que ser do amor.
A primeira ideia louca surgiu ali mesmo. A Carol tinha pensado em biscoitinhos da sorte ao invés de bem casados e aí que a fornecedora dava a opção de colocar frases personalizadas em cada um. Geralmente as pessoas escolhiam o nome dos noivos e a data do casamento, mas, por favor não essa egotrip da pessoa abrir o biscoito e ver CAROL & CHICO - DIA TAL ANO TAL.. Mas imagina, apenas imagina, que o cidadão pega o biscoito, morde e encontra lá dentro um papel com o seguinte oráculo


SÓ DE PENSAR QUE SUA BOCA BEIJOU OUTRA BOCA, 
EU SINTO O GOSTO AMARGO DA DESILUSÃO E ISSO É MAL

Gargalhamos bundas! (eu to aqui shorando de rir enquanto escrevo isso). Cafonagens-amor + lances retrô anos 50 misturado com contemporaneidade rasgada: estava definido o conceito do casamento.
Não sei como a reunião acabou. Bebemos. Nada mais me lembro.



A primeira coisa que a gente correu atrás foi de buffet e decor. Carol e Chico fizeram algumas degustações e decidiram sem muitas delongas qual seria o serviço de comes e bebes. Pra decor, fechamos com a Roberta Araujo, com quem eu fazia parcerias na época.Já que economia era uma questão mais do que pertinente, definimos algumas prioridades: 
  • certos itens seriam definidos com menos preciosismo que outros, 
  • ignoraríamos marcas, 
  • estávamos dispostas a embarcar em experiências pouco ortodoxas. 
 Um exemplo maravilhoso disso foram as alianças. Falei pra Carol dar um pulo numa joalheria inferninho da Alfândega, comandada por um judeu mais misterioso que o Batman. Bem, o lugar não é bonito nem convidativo, tenho até vergonha e raramente indico pra alguém (fica num subsolo e as funcionárias criam gatinhos de rua na escada de mármore da loja) mas Carol, a noiva Loki se dispôs a conferir. Você não recebe nenhuma caixa chique azul turquesa nem é tratado como se estivesse no aeroporto de Dubai, mas recebe suas jóias perfeitas, ouro maciço com opção de acabamento anatômico, preço maravilhoso, parcelas suaves. Carol e Chico escolheram uma gramatura lá e saíram saltitantes.

Com docinhos também não rolaram grandes entraves. Fomos direto no fornecedor mais confiável e que oferecia o menor preço + beleza. Pra chegar até ele tem que ir pra Del Castilho? Sim, mas o importante é você manter suas prioridades e a nossa era fechar doces até 20% abaixo do valor médio do mercado. Done.

Já vestido... Isso era parada séria. A Carol tinha pensado em ir em algum estilista ver isso mas.. cara, ela trabalhava com figurino, tinha noções de desenho! Vamos fazer esse vestido!! Bora!!
Procuramos a Gorete costureira e ela nos ouviu com atenção. Não entendeu porra nenhuma das referências, achava tudo muito louco mas se dispôs a fazer hahahaha Como se ela tivesse escolha!!

Primeira visita a costureira: Gorete, empresta um retalhos pra gente? Então, pensamos num negócio assim ó
Os tecidos foram comprados no Saara também (alô Saara, te amo!). Casas Pinto.
Demos sorte na época porque agora a Casas Pinto tá super ruim de variedade de rendas, mas ainda acho extremamente válido ir a campo e garimpar peças interessantes por lá. Foi nesse lugar  que encontramos a renda foda do vestido da Carol. Não foi na Assuf. Não foi na GJ Tecidos - a ideia era investir mais em detalhes como uma faixa/laço de seda na cintura. Mas, olha, foi tenso decidir por aquela compra. A renda era muito anos 20 e o preço ultrapassava as expectativas. Será que daria certo usá-la numa coisa 50's? Como faríamos isso? A ideia já tava indo pra vala quando a Carol esbarrou com uma amiga nos corredores da loja; papo vai, papo vem, a mulher era simplesmente sinistra em assuntos de montagem de figurino e design de moda. Disse que tinha que ser aquele. Tinha que ser. Sabe desses momentos místicos? Então, a gente não podia contrariar e aí a Carol comprou.

Logo no primeiro teste, a renda mostrou a que veio. Linda, interessante, com seus arcotes art déco... Mas não se encaixava no modelo!! Ficou um merda! Tiramos mil fotos. Comprovamos que tava cagado. Desanimamos. Ela desesperou. Eu falei CALMA CARA! mas mal conseguia disfarçar que também estava perdida. Mano, e agora?

Carol foi pra casa agarrada com a renda. Fez testes. Põe arcote de renda pra cá, põe arcote de renda pra lá. Não, pera! Tirou fotos. Podia dar certo sim! Esperança no coração! Marcamos nova prova. Novamente: põe o desenho pra cá, poe o desenho pra lá. Pega a tesoura, tira esse arco, tira essas pedras, encaixa, transforma essa parte em manga, faz o decote nas costas. Passa alfinete em tudo e aí de repente PAAAA!! o protótipo do vestido tava na nossa cara. Vitória do povo de deus!!
As três atiradas no sofá mortas com farofa de cansaço mental, físico, tudo, mas tinha dado certo. Na saída, Carol acendeu em silêncio um cigarro pós-coito. Foi bom pra mim também.

Faltavam um mês e pouco pro casamento quando fomos dar o gás final na decoração. Em algum momento que não sei precisar, de tanto falarmos de Mad Men, eu acho, surgiu a ideia de usarmos formas icones pop e consumo de massa vintage na decor. Hemmer, Guaraná Cruzeiro, Sopa Campbell... Seriam usadas latas como suporte pras flores, junto com garrafinhas. A Roberta deu a ideia de acrescentarmos referências às profissões da Carol e do Chico (ela figurino, ele cinema) e usarmos fitas de VHS como suporte pra docinhos.
Achei as latas de Campbell no Supermercado Guanabara. Hemmer é fácil, tem em qualquer mercadin. As outras eram latas de extrato de tomate normais encapadas com rótulos retrô que achei pra baixar nesse site aqui ó >> http://www.ehabaref.com/blog/2012/01/14/vintage-label-designs/

Tudo definido e, após algum stress, fomos pro Saara comprar as coisas. Carol putona de ter de gastar grana em forminhas (Pra que!?! Não quero comprar essa porra!! Nêgo vai jogar fora!) mas não tem jeito, forminhas são itens escrotos, mas essenciais ao vizu plástico da mesa de doces. Optamos por forminhas mega coloridas, seguindo a paleta do casamento e acrescentando um pink berrante.
Seguindo essa ideia das cores e releituras pop, compramos um tecido estampado que de arabesco colorido (tinha azul, vermelho, rosa...). Arabescos são um padrão super clássico, mas em vermelho tomate ficou outra coisa! Ficou sensa! Recomendo com força usar versões ultracoloridas de ideias clássicas. Confere personalidade à produção, saca? Não pode ter medo de ousar e escolher as mesmas cores e estampas que todo mundo usa. Ainda mais se você vai casar num lugar como o Solar das Palmeiras, que é um casarão antigo de personalidade própria; você tem que vir com elementos que desafiem a arquitetura do local (seja com cores, seja com formas) se não a coisa não aparece. Não pode ter medo! Medo is for sissies!

E foi assim, tarefa a tarefa cumprida que chegamos ao dia do casamento.
Contrariando a tradição, eu estava calma no dia. Era só catar os DIY que estavam aqui em casa, as coisas pro cerimonial e partir. Tudo seria lindíssimo, se não fosse aquele enjoo que eu tava sentindo e que me fazia querer entrar embaixo da cama e morrer. Não dava nem pra raciocinar direito! Mas tinha de catar os caquinhos de mim e trabajar.
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Antes de sair de casa, conferida no grupo super normal de resolução de coisas no WhatsApp: Casamento Bolado
Encontrei a Arajany no Solar. Linda! De avental, turbante (odeio aqueles turbantes dela que não consigo fazer igual em casa!!). Era sua estreia como florista. Nhaaaa <3 Como tava meio desnorteada de enjoo, resolvi focar no buquê. Eu e a Ara tínhamos planejado um buquê horizontal mas ia ficar too much com o vestido volumoso dela! Pensei então em usar tons pasteis e flores delicadas fazendo uma bagunça com as folhagens e espécies mais exóticas que a Arajany tinha comprado pra mim.

Tudo estaria maravilhoso não fosse meu enjoo e a tensão crescente que ia me batendo ao perceber que realmente teríamos muito mais convidados do que o número de mesas e cadeiras comportaria. Sim, teve isso. A história é longa, mas dá pra resumir com a seguinte fábula: era uma vez um urso da floresta muito sociável que tinha uma lista de convidados enorme, só com bichinhos broderes, bichinhos da floresta e da montanha muito queridos que não podiam ser cortados. Fim.
Pra tentar aliviar minha barra, catei uma lousa e escrevi

CASAMENTO OVERBOOKED. CAROL E CHICO SÃO MUITO QUERIDOS, 
NÃO HÁ LUGARES PARA TODOS.
 
Na boa, se alguém leu o aviso eu não sei. Só sei que o povo chegou e realmente não ficou aborrecido com a lotação. Algumas pessoas foram para dentro do salão e outras foram para a área da cerimônia. Pareciam todos felizes e contentes. Só eu ali quase surtando por causa disso e por que o coraçãozinho de feltro que decorava o porta alianças tinha caído e sumido. Odeio quando essas coisas acontecem!  
Mas, contra todas minhas expectativas da neura da limpeza, o buquê ficou pronto, o coraçãozinho apareceu, o cortejo foi organizado e a noiva chegou.

Noiva armada com seu buquê. Diva! Diva de batão vermelho! Diva de unha vermelha! 
Uma cerimônia civil linda: é por livre e espontânea que insistem no intento de se unirem?
SIM SIM! E aí foi beijo e os alunos no colégio que dá fundos pro Solar das Palmeiras, confinados em algum sábado letivo, começaram a gritar e bater palmas.
Aquelas bolas coloridas ao fundo, o vestido incrível da Carol. Chico, me perdoe aí o mal jeito de não estar por aqui também cantando suas belezas, mas sua senhora estava muito sensacional de um modo que não consigo tirar da cabeça até hoje. Tudo se encaixava.... era como se pessoas sóbrias tivessem planejado o casamento LOLL
Organizei a galera pras fotos, o buffet começou a rodar uma comidinha e foi dado início ao que seria o maior consumo de prosecco da história dos casamentos Vou Casar & Panz. As crianças corriam hipnotizadas com os balões de gás hélio no pulso. Algumas pessoas pegaram seu caldo de funghi e sentaram na escadinha da entrada da casa, outras preferiram ficar na área onde foi a cerimônia curtindo um beck a natureza. O DJ tocava faixas do Transa de Caetano misturado com Tecnobrega. 
Em certo momento, Carol pegou o Chico no colo. Mil fotos, mil beijos. 

Era bom estar entre amigos, era bom ver concretizado um bando de pequenas e grandes coisas que você tanto desejou. Com o tempo nesse trabalho você percebe o quanto esses momentos são raros. Preciso das boas lembranças e das boas coisas cultivadas por perto.. Aquele dia fui pra casa e fiquei olhando pro teto no escuro tendo certeza de que meu trabalho só dava certo se fosse daquele jeito. Meu trabalho era loki.

Epílogo
- Olá, sou uma van!
- Meu deus! Você tá enorme!! 
Tinha até esquecido que a gente tava na porta do apartamento de outra cliente minha, achei que tivesse na sala da minha casa! A gente se abraçou e eu tava sentindo uma saudade sem tamanho daquela mulher. 
Ela tinha ido a casa de uma noiva pra ajudar com o vestido. A ideia inicial era só passar, mas percebemos uns defeitos de fabricação/costura que precisavam ser ajustados. Rapidamente, Carol sacou um caderninho e desenhou o modelo. Debatemos as soluções e montamos um plano pra deixar tudo nos conformes. 
Mais tarde, na calçada, fazia frio e o taxi demorava a chegar no Leme. Vivas. Como você tá? e eram meses de assuntos que a gente precisava colocar em dia. Vamos marcar alguma coisa; é a única coisa que a retórica carioca consegue esboçar nessas horas. 
- Uma água com gás? Que tal?
A gente devia trabalhar juntas sempre com vestidos, sugeri. Ela concordou jogando a fumaça pra cima.Mostrou desenhos de figurinos. Seria incrível
- Eu, você e Gorete. A gente podia criar, ajudar a montar looks, ir catar tecido no Saara. Imagina! 
Imaginei... O carro chegou e a gente se separou novamente na Cardeal Arcoverde.Vida de merda! Por que eu morava tão longe? 
- Calma, a gente vai ter tempo! A gente marca - e você falou com uma calma, entrou no táxi novamente acenando da janela na maior calma. E então de repente as pessoas estão na sua vida e você sabe que elas não vão embora porque um contrato acabou. Esses encontros são tão doidos, repentinos. Acabo de lembrar que até hoje não devolvi seu pijama, mas a gente vai ter tempo não é? 
- Manda um beijo pro Chico!! - gritei antes do taxi sair.
Certa vez você disse que algumas pessoas vibram. Você, vocês dois vibram tanto e de uma maneira tão viciante.. quero pra sempre. A cerveja. As conversas no ponto de ônibus. Copa. É assim: às vezes é carnaval e o amor acontece.




~~~OS ENVOLVIDOS ~~~
Local da Cerimônia e da festa: Solar das Palmeiras | Vestido: Gorete (costureira) | Tecido: Casas Pinto | Tiara: Ouvidor 120 | Celebrante: Juiz Paulo Novaes | Maquiagem e cabelo: amigo da noiva | Convites: um amigo fez a arte e a gente montou || Decoração: Roberta Araujo Eventos || Flores: Nega Fulô | Balões: AliExpress || Buquê: Prill com colaboração de Arajany Coêlho | Mobiliário: Mineirart || DJ: Fukô (do Boca do Trombone) || Bolo: Bolos da Marcelina || Doces: RR Delícias || Bem-casados: pães de mel maravilhosos feitos pela tia da noiva || Assessoria e Cerimonial: Vou Casar e Panz com a equipe>> Arajany e Marcella || Fotografia: do querido Henri Passos - Foto & Conceito
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