sexta-feira, 25 de maio de 2012

Outside the Box: 1º Encontro de Casamentos Alternativos, Mini Casamentos & Noivas recessionistas



Coisa mais de carioca que existe é isso de encontrar a pessoa na rua, dar aquele abraço como se não houvesse amanhã, falar das saudades, do Fulano e do Sincrano pra depois arrematar com o clássico "vamos marcar alguma coisa, hein!": e eles nunca mais se veem.
É por causa disso que estamos eu e a Drika Landim colocando a maior pressão, o maior tchu tchu tcha pra gente tirar do papel o sempre jurado encontro etílico de noivas, digamos, fora do circuito, e ele tá aí, está com o bloco na rua. Cês vão?

Como preciso voar pros compromissos das senhoras casadoiras, colei logo aí abaixo o briefing do negócio. Ah sim! Temos poucas vagas, galerë então, cê você tensiona aparecer, responda o mais rápido possível ao nosso SRVP e joga logo essa bolsa na poltrona pra marcar lugar. 

Espero vê-las todas!

O lance, o briefing
O Outside the Box é um encontro de entusiastas por casamentos “fora da caixinha”, de gente que acredita que o casamento deva ser a celebração do amor à maneira dos amantes que o estão celebrando e que sua concretização como rito social deva levar em conta trajetórias, crenças, gosto estético e estilo de vida. Seja noiva ou casada, gay ou hétero, religiosa ou não, cheia de grana ou cheia de dívidas, acreditamos que há diferentes formas de casar e que cada um tem direito de expressar a sua maneira.

Não será uma feira, nem uma exposição, é um encontro mesmo. Um happyhour, um lanche da tarde, um crochê de comadres onde noivas e fornecedores poderão se conhecer, travar diálogos, descobrir empatias, se aproximarem em nível mais pessoal. Muitos de nós já nos conhecemos pela internet, por relatos de terceiros ou até de vista, mas parar pra conversar com calma já rolou? O Orkut e o Facebook nos dão a chance de iniciar contatos e a gente sabe que eles não precisam parar por lá. Em nosso encontro, noivas que se conhecem de avatar poderão se ver cara a cara, conhecer melhor fornecedores que admiram e serem apresentadas a outras noivas e fornecedores que, como J. Pinto Fernandes, ainda não tinham entrado na história.

O lugar escolhido pra esse nosso primeiro encontro (espero que de muitos!) é o Coccinelle Bistrô, restaurante francês sem-frescuras e super lindo que fica no Arco do Telles. Com pegada orgânica e atacando pesado com o conceito de comida afetiva, o bistrô se apresentou como um lugar neutro, que corre longe de grandes buffets que poderiam acabar nos fazendo ter de fazer propaganda disso ou de aquilo, nos enfiar pacotes e outros lances que não tem nada a ver com a ideia de sentarmos num bar à tarde pra tomar um chopp ou um café.


O certame acontecerá no dia 10 de junho de 2012. O horário ainda está em negociação, mas fatalmente será a partir das 15h.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Tutorial "véu" de papel (é pra noivinha, é pra casadinha, é pra você, freguesa!)

E aí, vultosas mulheres!?
Taí o que vocês queriam! Finalmente consegui abrir [na base da porrada] uma clareira no tempo-espaço e o tutorial do "véu" de papel saiu. ois é, a gente sabe que um véu de papel não é o que vocês sempre sonharam mas, sério, não é bonitinho?? Dá pra passar o tempo, dar uma espairecida na cabeça e ainda basear outros projetos mais usáveis na vida real feitos de outros materiais ou de papel mesmo (por que non?) como broches, grampos de cabelo... nah! Whatarrel, dá pra usar como véu também! É pra noivinha, é pra casadinha, é pra você freguesa! Senta aí, pega a cola quente e siga o passo-a-passo da ginga.

Só explicando como isso surgiu na minha cabeça, a tiara era, na verdade, o protótipo de uma de tecido que eu tava tentando copiar pro casamento de uma amiga e que dá pra comprar numa loja acessórios fodaaaa, a BHLDN. Mas cê tem aí 200 paus pra comprar uma tiara? Quem tem? Então, né... A necessidade é a mãe da criatividade! 

Já mencionei que amo/sou/como protótipos? Projetos, rascunhos, rabiscos são o tipo de coisa essencial pra gente não se ferrar mais pra frente porque achou na cabeça que super ia dar certo aquilo que imaginou. Sempre bom ter em mente o Fator VDM: o conhecido FATOR VAI DAR MERDA e aí dar uma testada. 

O resultado é esse aí. Espero que as senhoras curtam :)


segunda-feira, 14 de maio de 2012

Making of da senhora Arajany: pedaços do amor que surge do nada e os reveses de um casamento no meio da rua

As outras pretas que me perdoem, mas Arajany é fundamental

Qualquer coisa estranha está por aí conduzindo a vida das pessoas. Há 4, três anos, quem é que podia me dizer que, ao invés de estar aplicada num doutorado e afogada nos papéis centenários sobre a escravidão no Brasil Império, eu estaria no Méier montando um véu com os olhos passando da noiva pros desenhos do Debret. Uma ideia louca, eu ainda não sei como nem porque a Arajany achou que fazia todo sentido.

A gente se conheceu numa noite entre a Rua do Ouvidor e a Rio Branco. Chovia e cês sabem que o Rio quando chove se torna uma cidade maravilhosa pra gente passear, só que não. A van me deixou lá na puta que pariu na Central, mas, beleza, vamos andar até a Praça XV de salto alto? Fiquei na calçada procurando o sinal do céu que ia trazer uma preta de cabelão Thaís Araújo e aí ela apareceu preu morrer de inveja.
Finquei escritório no sebo/cafeteria/boteco onde costumo atender as meninas, pus a papelada necessária em cima da mesa e mandei a pergunta mais importante da noite:
- Vem cá, teu nome é Arajany por causa de que?
Mas fui surpreendida, ela foi e respondeu com uma pergunta ainda mais importante no meio daquela noite abafada do cacete:
- Vem cá, tá permitido pedir uma cerveja?

Foi assim que a conheci, naquele dia junto ao mar e, desde então, eu sei lá, tô presa em algum encanto e já não consigo imaginar minha vida sem o encanto, graça e amizade dessa menina; minha vida fora da vida dela, fora da sua história. Qualquer coisa estranha está por aí conduzindo esse Braziu.

Depois, quando saírem as fotos do casamento pra valer, eu paro pra explicar direito como é que foi que um uma recepção com crepes em Belford Roxo se transformou numa roda de samba com pastel de feijoada no Morro da Conceição. Por hora, queria falar aí desse making of.

Cara, eu ando dizendo pra todo mundo que não me interessa trabalhar com casamento normal, com tudo certinho. Eu gosto é do abacaxi, do complicado, do gasto. É por isso que me deleitei arrancando os cabelos pra descobrir onde é que a noiva ia poder se arrumar.
Cês foram recentemente na Sacadura Cabral? Pois não percam tempo! A rua está toda escavada, cercada com uma rede laranja de obras e fitas de NÃO ULTRAPASSE da Defesa Civil e, se debruçando nelas, você vai poder admirar as pedras de praia que pertenciam ao recifes da Baía da Guanabara quando o mar ia até lá. É lindo! Lindo! Só que a porra da rua tá toda quebrada, poeirenta, pedregosa, tá o inferno broder! O que eu queria dizer é que 1. não tinha onde a noiva se arrumar, 2. não tinha como a noiva chegar lá de carro e 3. íamos fazer um casamento no meio da rua pedindo dá licença pros pedreiros.

 


Foi no dia em que a gente resolveu ir lá ensaiar a descida da Arajany na Pedra do Sal (14cm de salto agulha) que rolou essa constatação de que as obras tinham quebrado parte do Morro e emplodido parte da rua por onde ela chegaria/entraria. Nos olhamos desoladas. Mentira, ela me olhou com cara de "vou matar você, sua desgraçada!" e eu a olhei com cara de ¯\_(ツ)_/¯

Mas, não mais que de repente, eis que surgiu um Oasis, um Elvis Presley na nossa frente: o Atelier Bordado Carioca. Sim! Ali haveria uma mulher de bom coração que cedesse rapidinho ali uma sala, um lavabo pra pobrezinha da noiva se vestir. Bati na casa da Dora interrompendo a novela e já despejando o problema seguido de mil pelo amor de deus e ela, sabe, super tranquila: mas, gente, tá um pouco bagunçado lá! 
Segui-a até o atelier na Rua Jôgo da Bola (com acento!) e fui apresentada aos trabalhos das meninas apontando quero isso, isso aqui também e esse passador de galinhas... O lugar era uma doçura! Cara, já tava tudo muito bom, muito incrível quando fui conhecer o subsolo da casa construído nos idos mil oitocentos e minha tataravó dança jongo, com tijolos maciços, alçapões e todo o ordenamento dos cômodos mantidos originais. O cheiro de século dezenove, o peso do ar. Tinha que ser ali!

 


A Dora foi muito mais do que "a moça dona do Atelier", foi uma anfitriã delicada e atenciosa, a pessoa certa no lugar certo, foi aquilo que passa na nossa cabeça quando imaginamos bordadeiras e paninhos de prato de patchwork. Acalmou a noiva nos momentos de aflição que se formaram na 1h de atraso do casamento, arranjou uma cervejinha, acolheu os meninos da filmagem e da foto. Te agradeço imensamente, Dora! Acho que todas nós vamos querer conhecer seu espaço e suas artes!

Buenas, então foi isso. Durante 3 horas o Atelier Bordado Carioca foi invadido por levas de gente histérica, gente talentosa, equipe de cerimonial mambembe e outros bichos. A Gorete vestiu a noiva e montou na hora o arranjo de cabelo que tínhamos projetado dias antes  (porque Gorete é ídala), a Ju Sales aplicou o make,  contou piadas e mentiras piedosas enquanto eu, desesperada, tentava fazer o painel da mesa de doces colar numa parede tombada pelo IPHAN.  Plus: ao meu lado, o noivo fazia seu making of cercado por seus amigos negões sem camisa. Apenas isso.

Fabio Moro registrou com seu olhar antropológico o que foi essa manhã/tarde preparada pelo destino, pelos deuses, pelos orixás e por quem mais que esteja controlando essa maluquice toda. Ao som de Mallu Magalhães, o slide show a la S. Salgado.


sexta-feira, 4 de maio de 2012

Da Avenida Paulista para a Rota 66: um casamento recessionista [e escândalo!] em Las Vegas

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HARLEY AND VEGAS, BEBÊ: mais do que um, casamento, um baphão

Cara, mal consigo escrever porque sou uma bichona enrustidaaaaa!! Estou passada setenta vezes à ferro Black&Decker com o casamento da Juliana. Ah Juliana.... nós temos alguma ligação transcedente, diga que sim!
Conheci a Ju quando vendia meu vestido de noiva. Ela foi uma das primeiras a levantar a mão e pular no meio da galera dizendo É MEU, GENTE! e então trocamos algumas mensagem onde ela me revelou toda a fita: depois de muito pensarem, ela e o Erik - o noivo - perceberam que não teriam grana pra fazer a festa que tanto sonhavam: eram muitas pessoas amigas, muitas pessoas queridas a serem convidadas e seria impossível celebrar com todas elas dum jeito bacana, servindo bem, com música non stop e tudo o mais. Fazer uma festinha com abracinhos então? Seria chato! Não seria eles! Pensaram e pensaram e tomaram a decisão: 

Vamos fazer uma viagem de 4000 km (Route 66) pelos EUA em cima de uma Harley Davidson. E em uma das paradas, em LV, será o nosso casamento. Ou seja, tô ferrada pra socar o vestido no alforje da moto, mas seja o que Deus quiser!
Como podemos fazer hein Pri, pra eu provar??


Olha o nome das amigas na barra!!!
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Tipo... visualizem minha cara lendo esse email. Eu já tava querendo dar o vestido, porra! Explodi em corações. Resposta: POF, desmaiei.
Ai fia...Se você soubesse quantos rounds eu tive que lutar pra chegar até aqui.....uma dureza! Sabe quando você tenta zilhões de formas, lugares, reduz número de convidados, procura o boteco mais barato, mas mesmo assim, nunca dá certo?? Então!
Aí eu cansei....um dia, no carro, olhei pro digníssimo e falei: "Quer saber, vamos casar em Las Vegas e que tudo mais vá pro inferno!". Gente, essas tentativas, planejamentos, planos mirabolantes pra se casar aqui me desgatou!! Ou eu faria uma festa digna ou não faria nada....Ou eu convido todo mundo ou não convido ninguém. Então eu não convido ninguém! Simples assim. E ainda realizo nosso sonho de fazer a 66.
Uma semana depois o saia de nuvem estava viajando para São Paulo. Aquele aperto no coração... mas ele ia pra ela, ia pras melhores mãos possíveis, seguir uma história toda dele... em Vegas, baby! O vestido chegou, Juliana levou um susto do cacete com o tamanho da caixa, deu um drible no Erik e se entocou no banheiro pra experimentá-lo: não coube! D:
E isso não era o pior. O pior era que ele não caberia no alforje da moto!!

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É importante explicar uma coisa: sim, a Juliana sabia que vestido de noiva nos EUA tem a dar com o pau, com preços maravilhosos, mas, puxa vida, você está nessa viagem fodástica sabendo que cada minuto é precioso, não seria um desperdício de dia sair por aí batendo perna atrás de vestido.
Mas, bem, não teve jeito, o saia de nuvem não fez o requisito e aí teria de ser passado pra outra noiva, coisa que só aconteceu no meio do mês passado (a Ju ficou de guardiã dele por uns seis meses, coisa assim).
Quer saber? Melhor coisa! Vejam o vestido dessa senhora! Vejam isso! Cheio de bossa nova e ousadia; mais Vegas seria impossivel! Ju e Erik sambaram na face da sociedade brasileira com esse casamento que transborda pra todo lado a vida que esses dois têm construido: cumplicidade, parceria, intensidade, motos e roquenroll.

Agradeço imensamente a Juliana por me permitir partilhar um pouco da sua experiência. Esse casamento lindo praticamente resume todas as coisas que a gente vem refletindo e conversado aqui: primeiro que o casamento é uma celebração do amor e cada amor é amor de um jeito, vocês fazem as regras e segundo que a gente tem que ter coragem e criatividade pra tornar a coisa real, sempre com os pés no chão e ciência de que a festa não é o objetivo, mas uma vida bacana à dois (ou três, ou quatro, vai saber..) depois dela.

Fotografia: The Emerics
Cabelo e Maquiagem: Your Beauty Call
Hotel: Stratosphere Hotel & Casino


1. ATENÇÃO VOCÊ NOIVA AFLITA E ABUSADA: O VESTIDO DA JULIANA ESTÁ À VENDA!

 2. BREVE, ATUALIZAÇÕES COM FOTOS DA CERIMOÔNIA NO CASSINO HOHOHOHO
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