sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Natalye e João Gilberto: um casamento DIY pra celebrar o amor e a amizade

Tem uma expressão que costumo usar: noiva sênior. Serve bem pra descrever o misterioso fenômeno que transforma mulheres de certa idade, muito normais, vindas de profissões aleatórias como física nuclear, auxiliar administrativa, geóloga ou professora de yoga que, ao se tornarem noivas, descobrem sem que haja uma explicação plausível uma aptidão doida para o desenvolvimento de tarefas igualmente aleatórias omo decorar nome de flores, costurar feltro, barganhar preço de aluguel de cadeiras ou desenvolver layouts de convite no Word ao mesmo tempo em que confeitam cupcakes.

Você pode chegar junto de uma dessas mulheres e pedir o nome de 5 decoradoras de casamento, com seus respectivos valores atualizados, que elas te darão a resposta. Em ordem alfabética. Um tique nervoso que costumam contrair é o de olhar fotos e assistir comerciais de TV recitando o nome do mobiliário usado. Elas são viciadas e totalmente incapazes de desviar os olhos diante de um vestido de noiva, que será devidamente salvo em uma pasta do computador. Para desespero de alguns maridos, que acreditavam que "quando casar sara", elas resolvem fazer um curso de florista, um workshop de pasta americana, tornarem-se cerimonialistas. Devotam-se a responder perguntas em incontáveis fóruns recebidas de noivas inciantes como ela outrora fora: é o mínimo que posso fazer! quando precisei alguém me ajudou. 

Eu não sei explicar esse fenômeno. Só sei que quando recebi o email da Natalye perguntando que se eu teria disponibilidade de data para ajudá-la no casamento eu gelei. Ela era uma noiva sênior da mais alta estirpe do preciosismo e do bridezilismo, cunhada no fogo pelo qual passam todas as mulheres que resolvem embarcar na loucura de planejar sozinhas seu próprio casamento por acreditarem que essa celebração é, no fim das contas, um presente delicado que o casal entrega àqueles que o amam.  O que poderia oferecer? E na Casa de Santa Tereza! E ela tinha um blog famoso! Quero dizer, eu era uma iniciante! Se ferrasse com a parada, o tombo seria grande.. Pra piorar, eu já tinha um casamento marcado para o dia seguinte ao dela. Perguntei pro meu analista o que ele achava: cara, você tem boas cartas a apostar.

Nos encontramos na Colombo e alí, entre um pedido de café, outro de tartelete e inúmeros turistas, escrevi três página de anotações, observações e descrições do casamento como um cosplay de Chico Xavier.  

A ideia: transformar a Casa de Santa Teresa em um ambiente aconchegante para receber aquele casamento que teria festança sim (Regado a vodka, mas vodka da boa, ela sublinhou) mas que precisava comportar, ao mesmo tempo, ares de reuniãozinha em casa. Numa mistura engraçada de brejeirice e firmeza militar, a noiva sênior explicou cada ponto, cada item, cada canto e como cada coisa seria articulada. Eu tentava acompanhar. Eu estava fascinada.


 
 
 



 
Logo juntou-se a nós o João Gilberto que, mais tarde, eu descobriria ser um dos caras mais cool e boa praça que já conheci. Falemos dos dois. Como se conheceram?

Na verdade eles já se conheciam, eram amigos. Iam até escrever no bolo  lucky I'm in love with my best friend e ficamos rindo dessa coisa de conviver com alguém no trabalho, na brodagem e aí, não mais que de repente, pensar que... eu pegaria, hein!
Conversamos sobre amigos, relações internacionais e dificuldades financeiras. Acho que fiz a breguice de chorar lembrando dos perrengues que eu e o Rafa passamos quando resolvemos também embarcar nessa doideira de juntar as escovas de dentes. Vendo hoje os dois montando a casa nova toda linda com paredes coloridas fico novamente besta diante dessas coisas da vida: no final sempre conseguimos ajeitar a vida; é uma aventura!
Nos despedimos na Rua da Carioca e fui pra casa tomar uma Coca resolvida a não ficar criando expectativas - eu estava super insegura!  Algumas horas chega email dela:
Está decretado. Você será minha assessora/anjo da guarda!! Precisamos correr afinal faltam 40 dias! 
Entrei imediatamente em contato com a Roberta Araújo e perguntei se ela topava a missão de montar uma decoração planejada pela noiva e pensada por todas nós a partir dali. Yeah yeah! Opa! Então fomos em frente recolhendo todo o material produzido pela Natalye, dos rascunhos aos orçamentos da Mineirart passando pelo projeto 3D feito no Google Wirehouse - essa menina é muito aplicada! Montamos uma prancha no Facebook juntando fotos de referências, fotos dos artesanatos feitos pela noiva+mãe da noiva e tudo foi exaustivamente comentado, repassado. As lacunas preenchidas.
Fui com ela à Casa - que eu só conhecia por fotos, embora tenha casado no casarão vizinho - e percorremos o caminho do projeto. Tipo num bluetooth mental; fui tentando internalizar os apontamentos, ideias e inspirações da noiva. 
azendo um retrospecto crítico, aponto a quantidade de itens a serem decorados minha maior dificuldade. O que chamo de itens são as coisinhas do casamento; um varal de fita, plaquinhas, lapelas especiais, um brinde diferente, essas coisas. O casamento da Natalye e do João é ainda meu recorde de quantidade de itens hahahahaha  Hoje penso se quero continuar pegando casamentos na reta final porque é muito tenso, gente! Mesmo tendo lido o blog dela inteirinho e tendo conversado tanto, na hora em que abrimos as caixas com as coisas do casamento demos de cara com coisas novas. Nada grave, só tivemos mini faniquitos - alö assistente Ana Paula me ameaçando de morte quando eu não mando a lista de itens pra ela. 
Foi um grande desafio pra mim que, até então, só tinha feito as coisas convivendo com o casamento desde o incío, participando da concepção.

A polêmica da organização ficou por conta das flores. A noiva não queria flores naturais, ou queria o mínimo possível delas. Particularmente acho que as flores naturais, ou plantas, são importantes para dar vida ao ambiente porque elas passam muito bem e de maneira muito imediata essa mensagem. A Roberta deu sua opinião também: acho tenso. Precisávamos encontrar uma solução. Após várias trocas de imagens e debates, ficou decidido que sim, usaríamos poucas flores (ay jesus!), mas essas poucas seriam bem delicadas e apresentadas de um modo menos ortodoxo. A Roberta trouxe a ideia dos buquês de rosas na mesa de doces, ao invés do tradicional arranjo bola e bem... DEU SUPER CERTO NO FIM NÉAM, NATALYE? 

No dia do casamento - um dia ignorante de tão azul e tão bonito - o João chegou com as flores na que seria a primeira de suas 7645452 pra lá e pra cá levando coisas e pessoas.  Tá de meus parabéns, João Gilberto! Mas espera, você está com uma cara horrível! Fui informada que os noivos resolveram fazer suas despedidas de solteiro... na noite anterior!! - Cara, eu nem sei como é que to aqui. Um dia vocês vão me matar do coração, francamente!

Aos poucos fomos montando o quebra cabeça dos itens no ambiente da Casa. As coisas que se mostravam viáveis no papel, mas inviáveis na vida real foram modificadas ao sabor das contingências. Olha, isso acontece o tempo todo! Na verdade, é comum que certas soluções e inspirações só apareçam na hora em que a gente começa a montar tudo. A lição que fique: só contrate profissionais com quem você se identifique porque aí, mesmo se estiver diferente do que foi imaginado, será bonito.
 
As flores de tecido da decoração ficaram incríveis sob a iluminação da casa e da tarde carioquíssima. As pessoas foram chegando e, como muitas delas já estavam familiarizadas com os itens - que viram sendo feito, que ajudaram a fazer - o clima de aconchego rolou como mágica. Todo mundo estava à vontade e foi batia papo enquanto a cerimônia não começava.

Natalye chegou pontualmente. Era o padrinho DJ quem estava atrasado! LOL Mas tudo ficou no bom humor. Tudo estava muito descontraído e o noivo circulava pela festa como se casasse todo dia. 

Foi assim que sob o pôr-do-sol, tendo como plano a Baía da Guanabara - sem nuvens, com barquinhos e Pão de Açúcar - e diante de amigos incríveis Natalye e João Gilberto ataram o nó. Foi encantador, encantador e encantador ver o noivo entrando fazendo dancinhas e presenciar aquela celebração de diversas formas de laços de amor que a gente vai estabelecendo com as pessoas ao longo da vida. Pode ser a família que já nasceu com a gente, pode ser a família formada pelas amizades que conquistamos e cativamos, pode ser a amizade que misteriosamente se vê presa a olhares insistente, uns beijos furtivos, uma decisão de misturar a vida como amantes.
Como agradecê-los por terem confiado a mim, uma noiva sênior desvairada, toda essa preciosidade?
 
 
Epílogo
Era sábado de manhã no Cosme Velho e o taxista sofria para encaixar o carro no estacionamento do Casarão Austregésilo de Athayde. O celular começou a vibrar com a mensagem da Natalye dizendo que já estava chegando, ou algo parecido. Algum tempo depois, enquanto eu e a Ana desmontávamos a caixa de itens da noiva, a ela chegou com os cabelos todo cheio de cachos:
- Meu deus! Que diferente sem o Vera Wang!
Nos abraçamos. Natalye estava ali pra me assessorar em um casamento. Eu tinha avisado que era trabalho pesado, mas ela topou. Carregávamos cadeiras enquanto conversávamos sobre o casamento dela, sobre a empresa casamenteira que estava fundando, sobre que loucura isso, né? 

Algumas de nós simplesmente não conseguem parar.

OS ENVOLVIDOS
Local: Casa de Santa Teresa || Projeto de Decoração: Caminho de Noiva com
Execução: Vou Casar e Panz || Bolo: D. Geralda   || Doces: Dona Célia, Ana Foster Chocolates e Barriga de Freira || Forminhas: Entre Flores - Arte em Forminhas || Buffet: Crica Camargo 

  Assessoria e Cerimonial: Vou Casar e Panz com colaboração de Roberta Araújo Eventos ||
 Assistentes: Ana Pads e Ju Sales 

Fotografia: Carol Bustorff

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Uma e-session cheia de formosura em pleno bloco de carnaval



Ai ai... Carnaval só no ano que vem...

Foi bom pra vocês? Por aqui, sambamos - ele de pirata, eu de princesa - e tomamos banho de mangueira na laje durante a apuração (hohoho) mas, sabem como a vida é uma caixinha de supresas, estava aqui curtindo o maior fa niente quando chega um email da Simone Evangelista:

Oi, Prill!
Esqueci de te falar uma coisa: realmente resolvemos fazer a e-session com a Drika. Como nós somos meio malucos (acho que vc já deve ter percebido, rs), vamos fazer uma parte das fotos durante um bloco de carnaval! Vai ser terça, lá na Orquestra Voadora.

Quase tive um treco! Como resistir?? Ainda mais sabendo do significado bacana do momento, que era relembrar o dia em que os dois se conheceram numa festa a fantasia louca da UFRJ, ainda mais que a Orquestra é um dos meus blocos favoritos! *^.^*  Fui obrigada a mandar o feriado voltar mais tarde e me auto-convidei pra ajudar na produção/assistência de fotografia.

No dia marcado, montamos acampamento no chão do Museu de Arte Moderna e logo vieram os dois, ela de Chapolim e ele de... Gladiador?!?! 
- Não.. Imperador Romano! Pera, vou colocar a coroa de louros e vocês vão ver que melhora.
Coroa posta,  Imperador Marcelo revelado, definimos as trocas de roupa e fomos ser felizes no bloco. 

Os músicos que encontramos foram extremamente gentis, tocaram trambone pro casal dançar e fizeram pano de fundo com o estandarte do bloco. Mesmo os foliões, que achavam que a Drika era da imprensa e se enfiavam na frente da câmera pedindo foto, foram gente boa e um grupo até posou como, segundo eles, padrinhos do casamento. Enfim, foi louco, lindo e recompensador. 

A Drika Landim foi muito feliz com as capturas, ainda estou impressionada com o quanto ficou fofo e íntimo sabem? Parece aquela coisa de "no meio de tanta gente eu encontrei você" porque, no meio da balbúrdia, o que fica destacado é o carinho e proximidade desse casal apaixonante.  Apenas que: MUITA FORMOSURA! Acompanhem:







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Obrigada Simone e Marcelo, por terem me escolhido pra fazer parte dessa lindeza que está sendo o casamento de vocês. 
Drika, obrigada por tudo sempre! 
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