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sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Pensando nos dias da convivência a dois e no amor during a lifetime


Você pensa em casar, você namora e aquelas despedidas que parecem que trancaram você no hotel pra cachorros e só voltam depois do feriadão: não vai! Você pensa em casar e aí se casa. No dia a dia você deseja que as despedidas aconteçam? Que ele suma? Você se desespera porque simplesmente não consegue dizer adeus e as vezes parece tão certo. O frango queima, o arroz queima, vocês passam no concurso. Churrascos sábados. Domingo de manhã dá preguiça de sair da cama, a gente curte ficar conversando até a hora do seriado. Olhamos pros lados, caras interessantes, meninas gostosas. Você se desespera: e se um dia isso acabar? Mensagens safadas no telefone e ainda tem que correr, tem que trabalhar: engarrafamento.
No casamento paira um ar pesado, tem um ar de leveza absoluta e você não entende como pode sentir tanto carinho e doçura, tanto amargo ao mesmo tempo. Guns and roses. A convivência é passar pelo fogo todos os dias, matar um leão como dizem.

Três meses passaram ansiosos, hoje os dias parecem mais fáceis. 3 anos. 10 anos? 50 anos? Será que a gente ainda vai rir e que vai debater nossos livros. Olho pra estante e sinto que encontraremos refúgio ali no desejo da beleza e da arte. Não há garantias igual no final do filme. A gente conversa e chora na cozinha, a gente dorme no sofá. Amar como um trem descarrilhado. Eu e você feito loucos, só queria poder sorrir no final, sentir a calma. Vai piorar, vai se gostoso. Tudo bem, tudo bem... Chega pra cá, vai ter silêncio e vai ter música mesmo que você não saiba dançar. Quero casar mas os dias vão ser duros, e as noites e a poeira branca da obra. Vai ser ótimo. Não me deixe, vamos fazer pipocas novamente. A gente e um monte de outras histórias, cervejas, o Mallboro. Você me abraça como no final da música, vou ali mas já volto porque mulher não ama, cisma. O amor pode ser cruel como misturar cerveja com destilado, a gente pinta o que poderia ser o quarto do bebê mas planejamos nos mudar.  Eu me desespero: como vai ser mais pra frente? Tudo bem.. tudo bem..

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Casar "pra valer" depois de morar junto - A mesma coisa! Completamente diferente!


Os dias vão passando.. a gente encontra as pessoas e agora tem duas coisas que mais ouço toda vez que estamos eu e o Rafael tentando comprar um litro de leite por menos de 3 reais e aparece algum amigo, algum conhecido: 1) e o bebê vem quando?? e 2) mas vocês já eram casados, né? não mudou nada então... Sabe aqueles momentos doces que a gente passa? Eu não ligo, sério, não ligo de ficar ouvindo as mesmas coisas e não ligo da pergunta do bebê ser clichê. Depois do bebê vão, obviamente, perguntar "e quanto vocês vão dar um irmãozinho?" rss As pessoas nunca estão satisfeitas, a novela precisa andar. Bora, gente! Bora parir crianças! Bora viajar pra Paraty nas férias e pra Araruama no feriadão!
Mas a coisa 2 me deixa sempre um bocado intrigada. É... Já éramos casados antes, amigados na fé, concubinados. Então... não mudou nada.? Olha: nada mudou. Tudo mudou. Tudo é como antes, mas é totalmente diferente agora. Sinto que depois do dia em que reunimos todo mundo, em que a juíza falou coisas, assinamos papéis, demos abraços, jogaram bolinhas de sabão em nós... como tudo poderia continuar igual? Não podia e não está sendo. Casar de verdade, no duro, pro bem ou pro mal, fez nosso relacionamento dar um cavalinho de pau no meio da estrada e começar qualquer coisa nova. Pra qual caminho?

Ouvimos causos de gente que fica um tempão amigado e é muito feliz assim mas então, sei lá, resolve casar e, às vezes em questão de meses, estão separados. Anos de convivência, longa data e a gente se pergunta; o que foi que aconteceu?? Tenho um tio que diz que a água benta tem mandinga separadora. Mas e se o casal é judeu? É protestante? É hare krishna? Todo casal de qualquer credo está sujeito a essas coisas, então. Li uns meses antes do casamento no Off Beat Bride umas boas teorias a respeito, aquilo ficou martelando, daí fico agora pensando que, morando juntos, a coisa parece correr quieta e solta, mas aí, quando surge a proposição de casar, de publicar tudo aquilo que era assunto só de dois, as expectativas dão as caras: depois que assinar esses papéis, que nos disserem palavras sagradas... depois vai ser pra sempre, né?

Por mais que a gente racionalize, o peso da ideia do pra sempre é muito forte. Socialmente falando, historicamente falando, estamos imersos até o pescoço nessa ideia da eternidade do amor. Não dá pra mudar. Crescemos lendo, assistindo filmes, ouvindo canções, flertando com mitologias que falam forte disso... Estava aqui antes de nós, é parte integrante do Ocidente, imperativo, infugível. Durkheim gotta love, como cês sabem. Bem, mas aí tem quem não lide bem com isso de ficar na beira desse abismo inevitável e olhar lá pra baixo, ver a imensidão dessa aposta: apostar no amor, no seja o que deus quiser, em cafés da manhã, brigas, carinhos, engorda-emagrece e desejos. Não lido melhor do que a maioria com isso. Tenho certeza de que o Rafael também não.

De cara, fiquei WOW/DIGDIN DIG DIN sou uma senhora respeitável agora! Aliança na mão esquerda! As vendedoras me tratam melhor agora, meus pais me olham diferente, os professores doutores, os cobradores do ônibus. A aliança na mão esquerda, esse símbolo simples e besta que todos compreendem bem do que se trata: ela é uma senhora, ela não é mais Capitu, ela é DONA CAPITOLINA (que mocetão!).
Nas primeiras semanas eu tava ali incomodada com aquele troço na minha mão, parecia que tinham me colocado aparelho ortodôntico novamente, ficava alerta, tem um troço intruso no meu corpo TIRA! TIRA! e o Rafael tirava a dele também, punha na caixinha, dizia que dava angústia. Dá angústia. Passadas 4 semanas, a sala ainda atrulhada de enfeites, o bolo ainda no congelador, estávamos distantes e confusos.
O que houve? Eu não sei. Nos vimos de repente num lugar bacana diante de muita comida cheirando muito bem, ele me chamou pra conversarmos e eu preocupada com o frango resfriado que tinha acabado de comprar, tinha que levar pra casa: não vai estragar? Mandei a cabeça calar a boca, isso aqui é importante. O que houve?
- Alguma coisa mudou, ele disse, e eu fiquei nervosa.
- Você está me assustando
Não que tivesse mudado pra ruim, ele emendou logo. Simplesmente era uma bigorna caindo na cabeça e nela estava escrito que AGORA VOCÊ É UM CHEFE DE FAMÍLIA, UM HOMEM, AGORA SAIA DESSA CAVERNA E VÁ MATAR MAMUTES.
Os homens possuem suas fases, mas é engraçado como é permitido que permaneçam sendo meninos. Muda é o preço do brinquedo. Mas, um belo dia, são tragados por algum puteiro, por uma garrafa de wisky, pela entrevista de emprego que é a oportunidade da sua vida e agora é pra valer. O casamento é desses marcos. Acho que pra gente é diferente porque a gente brinca de casamento da Barbie, de filhos, de fazer comida. Homens não brincam de casinha.
Don't panic. Estamos juntos há quanto tempo? E por quantas coisas a gente já passou? Quantas coisas fizeram esse tempo curto de um ano e não sei que, dois anos, multiplicados em minutos e horas intensas, eternas? Não tinha como passar por tudo aquilo de escolher bolo, encontrar um lugar pra casar, pagar o cartório, fazer fengshui com as família, engolir situações detestáveis, escolhas difíceis e tudo permanecer o mesmo?

O casamento é um ritual traumático. É passar pelo fogo das próprias expectativas, das expectativas das outras pessoas que a gente vai e enfia no meio de algo que só dizia respeito a duas pessoas. Todo mundo agora espera alguma coisa de nós. Talvez filhos, talvez fidelidade, talvez que compremos um cachorro, talvez que vejamos Paris juntos, e que enriqueçamos, engordemos. O mundo sempre dará boas vindas aos amantes, nunca ninguém vai se cansar de estúpidas canções de amor, há sempre um voto das pessoas, seja de fé ou de descrença, mas estarão lá esperando os desdobramentos dessa novela íntima que, no ato do casamento, tornamos pública.

Tem valido a pena todos os gastos e stress e pirações e dar comida prum monte de gente que vai sair falando mal*. Toda a super-exposição, todo o trauma. Fizemos essa aposta pública de que queremos estar juntos pra sempre. Como aos poucos a aliança parou de angustiar, você vai e se acostuma a viver com o abismo embaixo do pé. A gente volta pra mesma casa pra onde a gente já voltava antes, mas é diferente... Tudo mudou mas a gente tá sabendo que é a mesma dança, e a gente dança o mesmo velho Sinatra cheek to cheek; quero aprender novos passos. É difícil, é imprevisível, e se acabar? Vai doer? Aposta, máfia, aventura... me importa continuar dançando.

*nêgo adora dizer que não vai fazer festa porque saem falando mal. baby, se você convida gente escrota pras tuas comemorações, você está fazendo isto errado.
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