quinta-feira, 28 de julho de 2011

Pós-casamento: paranóias, perfeições, lidando com as coisas que dão errado


Ai Pri, eu te entendo, a gente leva tanto tempo preparando tudo com carinho e imaginando como ficaremos, que dá um pouco de frustação sim quando não sai exatamente como imaginamos. Eu também fico me martirizando por não ter escolhido uma equipe de fotografia que fosse mais do meu jeito. A equipe que escolhi é boa, mas as fotos nào ficaram como eu gostaria mesmo. Não tenho nenhuma foto de frente a igreja como eu queria ou em um lugar bacana, mesmo tendo escolhido a dedo o hotel, clube e a igreja que eu queria. Na vespera de receber as fotos me torturei e perdi o sono, pq logo eu que sou louca por fotos, que vivo admirando as fotos bacanas, não perdi meu tempo seguindo minha intuição, em vez de aceitar a sugestao das pessoas e escolher alguém apenas pq me recomendaram e não pq eu amei as fotos. REpito burra, burra e burra. Fora o lance do vestido. O pior de tudo é que os fotografos e a estilista são uns fofos, e eu não consigo ficar com raiva deles, só de mim mesmo, aff. Não que não ame olhar as fotos que recebi, tem algumas bonitas, mas não são como imaginei. Eu também deveria ter feito prova de maquiagem e cabelo, mas não quis perder tempo e dinheiro com isso, e também não procurei levar nenhuma referencia. Então meu visual não ficou exatamente como eu sonhei, acho mais por conta do vestido. Não me senti linda no meu casamento, mas estava feliz. Então te entendo muito. Temos que lembrar das coisas boas e a vida nào é perfeita. Não podemos controlar tudo. Tá gostaria de voltar no tempo e ajeitar estes erros, mas que droga não existe máquina do tempo. (Ev)
No meu caso foi o cabelo. Desde sábado acordo e penso que meu cabelo tava uma merda e que isso é grave: o cabelo é a moldura do rosto, logo, meu rosto estava mal emoldurado, logo eu estava horrorosa e vocês podem fazer ideia do que é você se sentir horrorosa no dia do casamento. Ok, não horrorosa... na verdade nem é uma questão de feiura ou beleza.
Casamento, na nossa cabeça de mulher, na nossa cabeça dirigida por úteros e progesteronas à bordo dum carrinho de montanha russa, é um ideal. Não me entendam errado, por favor, mas sejam sinceras: imaginamos como as coisas serão, desejamos que o momento chegue, acalentamos expectativas e é exatamente isso que estamos fazendo aqui nas nossas conversas, não é mesmo? Não neguem, não neguem.
Junto com o Rafael, cuidei de cada coisa, cada cor, imaginei cada momento, música com o maior carinho e paciência que eu nem imaginava que teria algum dia na vida. Ele me ajudou imensamente, acrescentou também as próprias vontades e gostos, mas ele sabia (e ele sabe) que esse é um momento da mulher, um momento de sonho standard seja com Barbies ou com Bollywood, não interessa, nenhuma de nós, nem mesmo as guei passiva, estão imunes.

Aí eu pensei num cabelo vintage que não tive, que ficou artificial, que ficou misturado meu cabelo crespo com parte lisa e eu fico me torturando. Claro, ninguém lá viu nada disso. Era uma coisa que tava só na minha imaginação. Fico pensando que eu mesma devia ter feito minha escova e prancha porque eu saberia fazer (o cabelo no ensaio engagement fui eu quem fiz, gente! sou talentosa?) eu saberia o que desejo. A culpa foi minha. Não confiei no meu instinto, não levei uma foto de referência, não consegui raciocinar um protesto contra a cabelereira na hora. Burra! Burra!

Bem... mas as coisas não sairam daquele jeito que sonhei. Os mínimos detalhes....
A porra do ideal é só uma porra dum ideal, mas não estou por aqui conseguindo lidar com isso. Escrevi pra uma de nós. Não sei se ela me deixaria dizer o nome, por isso não vou dizer. Ela passou/passa por algo parecido. Depois escrevi para uma outra amiga, muito querida.
Vai ficar um texto muito longo isso aqui, mas acho que termos documentado: algumas coisas podem dar errado e depois vamos ter de segurar a peteca. Principalmente quem, como eu, é recessionista e preferiu não vender um fígado pra contratar o Kamura ou que, como eu, gosta de emoções fortes e acha importante não cultivar a perfeição.

Perfeição é fruta que não existe, mas no mundo dos casamentos ela parece acessível, dizem que podemos/devemos comprá-la... Parece que acreditei nisso e agora não estou conseguindo fazer o caminho de volta. Algumas pessoas também falaram mal disso ou daquilo, não consegui descer pra Lapa com o Rafa porque meu pai, bêbado, criou uma confusão muito doida, os chocolates Hershey que comprei no The Knot e deu o maior trabalhão pra trazer dos EUA ficaram esquecidos na cozinha, problemas familiares transformaram o dia anterior num pesadelo e eu me pego pensando que se algumas pessoas tivessem sido não-hostis comigo eu teria tido mais calma, a floricultura não entregou as gérberas...

Ah, cara! Quer saber? Foda-se. CANSEI DESSE CARALHO!!

Amiga, precisei rever as fotos novamente para tentar entender este seu sentimento de total desabamento emocional pós-casório. E mesmo com toda a sua critica ainda na minha cabeça não me desapontei. Continuo achando tudo tão original/especial/autentico/fresco. Nós, pessoas extremamente auto-criticas nunca nos realizaremos plenamente ou daremos "um break" para nós mesmas. Chega a ser triste. Por outro lado ei entendo o drama. Senti-me tão feia no casório da minha irmã, principalmente porque ñ fui feliz na escolha do vestido; 1) pois fui escolher com o David a tira-colo, 2) porque a loja tinha poucas opções e eu só sabia daquela loja. Ainda hoje olho para as fotos com um certo desprezo. A diferença é que eu ñ era a noiva. Inclusive quando o fui escolhi a roupa contrariada e a minha mãe de ultima hora mandou fazer uma saia longa, quando, para agrada-los, decidimos nos casar na igreja. Imagine, sem nem provar minha mãe encomendou uma saia com uma costureira amiga e escolheu todo o resto! Enfim... Tudo isso para dizer que apesar dos pesares outras coisas, menos estéticas, preecheram e ainda preenchem a minha memória. E são elas que realmente importam e vão importar. Gosh, sou PESSIMA amiga para ajudar a levantar a moral. :(
De qualquer maneira, queria que soubesse que me tocou muito ver as fotos, fiquei emocionada ontem ao abrir o seu mail, com ou sem cachos, simples ou não, bem ou mal repartido, vocês brilharam. (Isa)
imagem: projetovestidodenoiva.com.br

7 comentários:

Julia Pessoa disse...

prill, todas as minhas frustrações em relação à minha festa de casamento serão remediadas na minha festa de 10 anos de casada. isso me consola. =]

Larissa disse...

Cade as foooootos! TO loca pra ver :D

Luciana Rodarte disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luciana Rodarte disse...

Prill, fiz uma boa reflexão com o seu post,valeu!!! Postei no seu orkut...
Smacks,
=D

Ju Sales disse...

Prill, você é teimosa pra caralho (gosto disso) e nunca vai acreditar, mas você sabe o quanto sei xoxar a parada quando há necessidade... e seu cabelo tava lindo, você linda.. e o mais importante: vocês dois estavam lindos!! Perfeição não existe é coisa que a Globo bota na nossa cabeça (frase do pai do Rafael).
Agora quero TODAS as IBAGENS!!
Hasta mañana. Besos

Daniela disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Mariana Simioni disse...

pri, passo pela mesma situação!!!! e nunca consigo superar rsrsrs... acho que será assim para sempre :/ mas voce tem razao quando fala que a perfeicao nao existe... mas nos queremos, nao tem jeito. BEIJOS

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